Saúde, economia, vida cotidiana e espiritual… A situação que o novo Coronavírus nos coloca deixa o nosso coração verdadeiramente inquieto. E se a solução para todas as nossas dúvidas fosse a alegria, ou ainda o dever da alegria?
Seja nos círculos políticos e sociais ou na Igreja, o clima é no mínimo sombrio. O futuro é incerto. Nesse contexto, muitas pessoas se perguntam se ainda é possível “crer”. Como podemos olhar para o futuro com esperança? Como manter o entusiasmo pela vida quando tudo parece estar contra isso?
A alegria no centro das dúvidas e sofrimentos
E se a alegria fosse um dever? A ideia de ser alegre parece absurda, mas é a verdade. A receita para manter a alegria viva é simples: recuperar a vitalidade, descentralizando-se. Existem remédios certeiros para a melancolia e a preocupação que predominam neste tempo.
Se nos interessarmos um pouco menos por nós mesmos e mais pelos outros; se optarmos a dar mais atenção para o que está indo bem do que para o que está dando errado; se adotarmos o lema “o melhor está à porta”, encontraremos uma alegria mais natural e mais habitual. Isso nos exige ter um olhar positivo sobre as coisas.
Às vezes isso pode ser um verdadeiro combate, pois vivemos uma enxurrada de notícias ruins e muitas vezes estamos em sofrimento.
Mas, se cremos, não podemos esquecer que foi nas profundezas de sua agonia no Monte das Oliveiras, no final de seu discurso de despedida aos seus apóstolos, que Cristo afirma: “Referi-vos essas coisas para que tenhais a paz em mim. No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo” (Jo 16, 33). No centro das nossas dúvidas, sofrimentos e até perseguições, a paz e a alegria estão presentes, pois Cristo venceu a morte e o pecado!
Então, por que não examinar em si e em torno de si os traços dessa vitória? Procure maneiras de deixar a alegria viver em seus dias. Por exemplo, escutando canções de louvor; lendo um bom romance; revisitando o seu dia para reconhecer pelo menos dois motivos dignos de render graças à Deus; visitando um vizinho ou ligando para um amigo. Essa luta pela alegria é muito concreta, cabe a cada um encontrar suas armas!
Padre Sébastien Thomas