Construir um bom relacionamento às vezes é difícil e não acontece da noite para o dia. No entanto, com um bom plano arquitetônico, é possível chegar lá! Mas como descobrir esse plano e, quem é o arquiteto?
No livro do Apocalipse (2, 17), o Espírito grava “em uma pedra branca um novo nome” para todos aqueles a quem o Senhor chama. Essa palavra se adereça a todos aqueles a quem Deus vem salvar, mas será que ela também se aplicaria a casais?
A parábola a seguir pode esclarecer isso: dois homens estão trabalhando muito duro em uma enorme pilha de pedras e alguém pergunta o que eles estão fazendo. O primeiro responde em tom irritado: “Você não consegue ver?! Estou cortando pedras!”. Quanto ao segundo, respondeu com um grande sorriso: “O que estou fazendo? Estou construindo uma catedral!”.
Um é dominado pelo seu trabalho, enquanto o outro é transportado pelo significado que ele lhe dá. Ele estabeleceu uma meta magnífica que o transcende, que guia toda a sua vida e seu trabalho. Em nossas vidas conjugais também precisamos muitas vezes enfrentar montanhas de pedras.
O importante é saber para onde estamos indo e porque
Temos que comprimir tantas tarefas em vinte e quatro horas que precisaríamos na verdade do dobro de horas para não enlouquecer! Se nos deixarmos ficar obcecados pelas nossas tarefas, rapidamente nos sentiremos cansados e até tristes. Tudo se torna mais doloroso e pesado de carregar, especialmente nosso cônjuge!
Mas se sabemos para onde estamos indo e, especialmente, por que estamos indo para lá, se sabemos para o que somos chamados, a vida se torna emocionante, ainda mais porque temos certeza de que fomos equipados por Deus para responder a todas as situações que a vida nos impõe. Podemos então discernir mais facilmente em meio a tantos apelos, ganhamos muito em liberdade e (re)encontramos energia, entusiasmo e até um inesperado amor mútuo!
A catedral conjugal a ser construída
Tudo isso é inteiramente ligado ao Evangelho. No casamento, o próprio Deus nos uniu (Mt 19, 6). É por isso que formamos “uma só carne” e “quase um só ser”, nas palavras de São João Paulo II. É nosso chamado, nossa vocação, nosso primeiro dever de esposo(a), nos tornar um no amor. Deus gravou em nós esse novo nome, que é o de nosso ser conjugal, que define nosso carisma e nossa missão como casal, nossa catedral conjugal.
Descobrir isso realmente turbina a nossa vida de casados, porque sabemos juntos o que Deus deseja de nós, para a nossa felicidade. Por isso, devemos orar ao Espírito Santo para que ele revele a nossa missão, para que possamos discerni-la com mais facilidade.
Isso pode ser feito, por exemplo, relembrando e reinterpretando as principais etapas de nossa vida, decifrando o que nos motiva, o que constitui nossa singularidade, os sofrimentos que nos abalam e que gostaríamos de aliviar, ou ainda o que os outros reconhecem em nós como um carisma ou talento singular.
No meio do fluxo de nossas vidas agitadas, saibamos como estabelecer um caminho, o do Reino. Mantenhamos o olhar fixo no Céu e os pés firmemente plantados nessa construção. E pouco a pouco, nossa catedral conjugal emergirá da terra!
Alex et Maud Lauriot-Prévost