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Deus e previsão do tempo: o que um tem a ver com o outro?

Weather forecast; Sun; Rain;

© IgorZh

Edifa - publicado em 11/06/20

Pensando como será o clima de amanhã, é uma coisa normal? Vento, chuva, sol, neve... Milhões de pessoas consultam a previsão do tempo todos os dias para ajudá-las a organizar seu tempo e planejar o futuro. Uma prática que pode ser uma verdadeira revelação do nível de confiança que as pessoas têm em Deus...

Os boletins meteorológicos frequentemente batem recordes de audiência. Muitas pessoas em todo o mundo recebem informações todos os dias sobre como vai ser o tempo.

Para alguns esta consulta é uma exigência profissional porque muitas atividades são realmente “dependentes do tempo”, como a agricultura ou o turismo. Outros são influenciados pelo clima.

Isto é conhecido como “sensibilidade ao clima”. E depois há aqueles que desenvolveram um verdadeiro vício em relação ao metereologismo.

Especialistas reconhecem a existência de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) ligado à consulta constante das previsões meteorológicas.

Os “aficcionados” se conectam à informação meteorológica várias vezes ao dia, um comportamento que revela uma certa ansiedade.

Sejam essas consultas insignificantes ou não, porém, elas podem dizer muito sobre a vida espiritual das pessoas e seu relacionamento com Deus.

Um indicador do nosso nível de confiança em Deus

Há de fato uma virtude ligada à virtude cardinal da temperança: a estudiosidade. Trata-se da sábia aquisição da ciência e visa a ordenar o legítimo desejo de conhecimento.

Dois vícios – por omissão e por excesso – se opõem a essa virtude: a negligência no dever de aprender o que é necessário saber, e a curiosidade.

“O cristão deve caminhar na vida com o espírito de Deus, que ajuda a discernir, a tomar decisões seguindo o coração de Deus… No Evangelho há outro espírito, contrário a essa sabedoria de Deus: o espírito da curiosidade; intervém quando o homem quer fazer-se dono dos planos de Deus, do futuro, das coisas; conhecer tudo, ter tudo controlado”, disse o Papa Francisco em 2015.

Nosso relacionamento, acalmado ou não, com o tempo pode, portanto, ser indicativo do nosso nível de confiança em Deus.

A “meteoromania” pode destacar a necessidade de controlar tudo, de prever tudo e de dominar o futuro. Aparece então como um sintoma de um mal mais profundo: a dificuldade ou a recusa de se render verdadeiramente à providência de Deus.

O Catecismo ensina que “Deus estende seu vigor de uma extremidade do mundo à outra e governa todas as coisas com felicidade” (Sb 8,1).

“A solicitude da divina Providência é concreta e imediata, cuida de tudo, desde os mais insignificantes pormenores até aos grandes acontecimentos do mundo e da história” (CIC, 302-303).

Neste sentido, o clima faz parte do plano de Deus e nosso relacionamento com ele é indicativo de nosso relacionamento de confiança ou falta de confiança na bondade de Deus.

É uma pedagogia da nossa fé na delicada Providência que faz tudo funcionar para o bem daqueles que ama.  

Padre Nicolas Buttet

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