Ser escolhido como padrinho de uma criança é uma grande alegria. Mas também é uma responsabilidade: como você pode assumir isso quando está geograficamente longe de seu afilhado?No dia do batismo, nos comprometemos como padrinhos a ajudar os pais de nosso afilhado a “educá-lo na fé e ensiná-lo a guardar os mandamentos, para que ele possa amar a Deus e ao próximo como Cristo nos ensinou”. Não fomos meras testemunhas do batismo: nos comprometemos a cumprir nossa palavra.
Mas e depois? Com o passar dos meses, com o passar dos anos, atormentados pela vida, monopolizados por mil preocupações, geograficamente distantes, achamos difícil respeitar este compromisso e nos sentimos vagamente culpados por não fazer o suficiente por nossos afilhados, ou por alguns deles.
Às vezes até sentimos que estamos em falta, mais ou menos seriamente, a respeito deles. Nunca é tarde demais para fazer a coisa certa: embora não tenhamos prestado muita atenção a eles durante vários anos, isso não é motivo para desistir.
Estar presente em todos os eventos importantes
Podemos primeiro orar por eles e pedir ao Espírito Santo que nos ensine a exercer nossas responsabilidades a seu respeito.
Uma verdadeira carta, na qual eventualmente lhes pediremos que nos perdoem por um silêncio prolongado, ou mesmo por sérias disputas ou deficiências, nos permitirá voltar a entrar em contato com eles.
Mesmo na idade adulta, é precioso ter um padrinho e uma madrinha atenciosos e carinhosos! Nunca é cedo demais para começar.
Lembremos que nossa missão é, antes de tudo, ajudar os pais: é importante, portanto, estabelecer relações profundas com eles desde o início.
Mesmo que os conheçamos bem, mesmo que sejam irmãos ou bons amigos, nossa condição de padrinhos estabelece novos laços de natureza espiritual. Rezemos por eles e, quando possível, com eles.
E por que não ter um relacionamento através de cartas?
Quando a criança é pequena, dedique um tempo para falar dela com seus pais. Vamos nos interessar por sua personalidade que se desenvolve gradualmente, seu progresso e suas dificuldades. Vamos falar sobre o que desejamos para ele.
E vamos nos dar os meios para manter esta relação: vamos agendar regularmente um fim de semana ou uma noite juntos, ou alguns dias de férias a cada ano, quando a distância geográfica não possibilita encontros mais frequentes.
Estejamos atentos a tudo o que compõe a vida de nosso afilhado. É importante manter-se em contato, estar presente, apesar das distâncias, em todos os eventos importantes, como aniversários, entrada na escola, graduação, etc.
Não esqueçamos que as crianças, especialmente a partir dos cinco ou seis anos de idade, estão muito felizes em receber correio em seu nome. Mesmo quando são apenas algumas palavras em um cartão postal, mostra-lhes que alguém está pensando neles de uma maneira muito especial.
E, uma vez que sabem ler e escrever, as cartas permitem dizer muitas coisas, desde as mais anedóticas até as mais profundas. Uma carta é um tesouro e um tesouro que se pode guardar e reler.
Criar memórias inesquecíveis
O padrinho e a madrinha são interlocutores privilegiados perante os quais a criança se sente única e insubstituível. É por isso que é importante, quando viermos visitar nosso afilhado, ter um momento a sós com ele: sem seus irmãos e irmãs, sem nossos próprios filhos.
Pode ser simplesmente uma caminhada ou um dia especial durante o qual fazemos algumas atividades insólitas que não costumamos fazer, e no centro disso está, naturalmente, a missa dominical ou um momento de oração.
Muitas vezes nos sentimos como péssimos padrinhos o madrinhas… e às vezes o somos! A pior tentação, então, seria perder a coragem. Recordemos que através da petição dos pais e através da Igreja que ratificou sua escolha, foi o próprio Deus que nos confiou esta missão. Apoiemo-nos Nele para realizá-la, mesmo que esteja a vários quilômetros de distância de seus afilhados. E tenhamos certeza de que Ele nos dá os meios para cumprirmos, aqui e agora.
Christine Ponsard