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O beijo é sinônimo de compromisso?

YOUNG COUPLE, KISS,

dekazigzag | Shutterstock

Edifa - publicado em 13/08/20

O beijo na boca é um belo símbolo de amor, um sinal de dar e receber. Daí a necessidade de ser cautelosamente lento para esperar por este gesto importante em uma relação amorosa

Os beijos às vezes são desvalorizados, empobrecidos, uniformizados: beijos para fazer como todo mundo, para seduzir, para fazer o adulto, ou beijos narcisistas, onde o outro é apenas um instrumento de seu próprio gozo. E ainda assim, em cada gesto de amor há uma certa seriedade.

É o mesmo para o amante e para o jogador de xadrez

O beijo é demasiado bom para ser desperdiçado. Como podemos negar a densidade, o impacto do gesto em qualquer relação humana? O gesto é um formidável meio de comunicação: torna visível e “palpável” os sentimentos mais íntimos e fortes. Olhe os abraços delirantes dos jogadores que acabam de marcar um gol em um estádio!

Acreditar que um gesto de amor não tem consequências é ingenuidade. O gesto muda a relação. Há uma diferença singular entre querer e fazer. Realizar o desejo é agir

Fazer um gesto de amor é mudar algo no curso do relacionamento. Passar de olhares a carícias inofensivas, de carícias a beijos, de beijos a relações sexuais, é cada vez mais cruzar níveis que muitas vezes incluem a impossibilidade de retroceder.

É o mesmo para o amante e para o jogador de xadrez: logo que ele moveu uma peça, o jogo está engajado. Daí a necessidade de uma lentidão cautelosa para continuar esperando o passo decisivo.

Quando o beijo tem consequências para o futuro

Se o gesto tem seu lugar normal na relação amorosa estabelecida que vem a alimentar, fortalecer, celebrar, este gesto deve ser feito cautelosamente em uma relação principiante. Muitas pessoas que recebem um beijo muitas vezes tendem a pensar que são loucamente amadas… e para sempre! Uma mulher dirá: “Por que você me beijou se não era sério?” no dia em que o amante dela terminar a relação. O beijo é muitas vezes visto como um verdadeiro compromisso.

O beijo pode confundir, criar culpa e marcar para o futuro, levando a comparações prejudiciais na vida conjugal do futuro. Finalmente, torna as rupturas mais dolorosas. E quanto mais se avança, mais difícil se torna a separação. Acabar com um flerte platônico dói. Depois de receber beijos apaixonados, dói muito. Quando você chegou ao ponto de se dar, isso dói muitíssimo. Depois de meses de convivência, dói como o inferno, tanto como um divórcio!

É claro que não devemos dramatizar demais as possíveis conseqüências de gestos românticos, como um beijo. Mas se eles são experimentados “sem problemas”, talvez seja um sinal de que eles se tornaram terrivelmente banalizados. Esvaziados de todo significado, eles perderam em qualidade o que encontraram em quantidade. O melhor beijo”, disse um jovem, “não é o beijo mais forte, mas aquele que diz com mais força: ‘eu te amo’ “.

Três condições para que um beijo se torne um verdadeiro símbolo do amor

Se queremos gestos de amor ricos e gratificantes que tragam prazer e alegria, três requisitos são necessários:

  1. Uma exigência de sentido: gestos que expressem amor genuíno.
  2. Uma exigência de verdade: é importante que o corpo não fale uma língua que não seja a do coração; a verdade no relacionamento preservará de muitos sofrimentos.
  3. Uma exigência de domínio: dar um passo atrás para ver se existe uma correspondência entre gestos e sentimentos.

Somente nestas condições, o beijo se torna um belo símbolo de amor, um sinal de dar e receber. Acreditar no amor, em suas alegrias, em sua voluptuosidade, significa respeitar seus sinais, seus ritos e se proibir de seus simulacros e profanações.

O beijo é um gesto admirável, por isso você não deve prostituí-lo ou brincar com ele, mas guardá-lo para si mesmo. É a troca de respirações que significa a troca de nossas profundezas: “Estou me afastando de mim mesmo para que eu não seja mais meu próprio centro, mas que de agora em diante meu centro seja você”. Amar é viver para o outro (é o presente) e viver através do outro (é a acolhida) – e o beijo é o sinal maravilhoso disso! Por isso, os Padres da Igreja chamam o Espírito Santo de “o beijo do Pai e do Filho”!

Denis Sonet

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