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Como se preparar para ver o filho ir estudar longe de casa

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Monkey Business Images | Shutterstock

Edifa - publicado em 14/09/20

Para muitos pais, dizer adeus a um filho que está indo para a faculdade é um dos momentos mais dolorosos de sua vida. No entanto, existem várias maneiras de minimizar as lágrimas e viver essa separação com mais serenidade

Todo ano, algumas famílias são confrontadas com a saída de um filho ou filha por motivos de estudo. A dificuldade não está tanto na distância quanto na própria separação. Principalmente quando pensamos que não estaremos mais aí como antes para cuidar de nossos filhos.

O mundo de hoje parece um lugar perigoso, cheio de encantos capazes de nos distrair. Esse filho ou filha resistirá às tentações? E depois, ele/ela saberá como se aplicar ao seu trabalho? E como ele/ela vai se alimentar, e com que tipo de pessoa ele/ela vai sair? Continuará indo à missa?

Fazer essas perguntas é muito normal para os pais. É difícil, e às vezes doloroso, pensar que amamos e cuidamos tanto de um filho para depois ele nos abandonar mais tarde. Intelectualmente, sabemos que “nossos filhos não são nossos filhos”. Mas quando chega a hora da separação, é difícil e nos preocupa. Como viver essa separação com a maior serenidade possível?

Não manipule os jovens

Para começar, devemos aceitar essa saída sem tentar culpar nosso filho ou filha (“Você poderia ter escolhido outra universidade”), sem chantagem emocional (“Será difícil para nós financeiramente, será um grande esforço”) ou inclusive tentar retê-lo (“Você vai sentir muito nossa falta …”). Depois, é uma questão de confiança. Para se tornar adulta, a criança precisa dessa separação, para enfrentar o mundo, para viver experiências. Quanto mais essa autonomia foi preparada, quanto mais vivida ainda em casa, mais fecundo será o distanciamento.

Também não se trata de deixá-los ir sem falar com eles ou avisá-los contra certos perigos. Quanto mais tenhamos preparado este momento, educando sua consciência e seu espírito crítico, mais responsável ele será. O jovem experimenta essa autonomia e, mesmo que coma apenas macarrão e pizza, precisa sentir a nossa confiança.

Mas cuidado, isso não significa fechar os olhos, não ver nada e não saber nada. Os primeiros passos para a independência requerem um acompanhamento. Então, como ficamos perto deles enquanto os deixamos viver suas vidas?

Criar momentos privilegiados, mesmo que o filho vá embora de casa

Aos 17 ou 18 anos, é legítimo e normal saber como vive o nosso filho, ainda mais porque dependem financeiramente de nós. É normal saber como passam o tempo, saber o lugar onde vão residir, visitar – sempre que possível – a escola ou faculdade onde vão estudar, estar em dia com as notas escolares, etc.. A Internet e o telefone celular também nos permitem estabelecer uma forma de comunicação que respeita a sua vida privada sem nos deixar na total ignorância. Pais e filhos podem juntos determinar a frequência das ligações ou visitas domiciliares, por exemplo. Além disso, como pais e avós, vocês devem criar momentos privilegiados visitando seu filho ou filha em sua nova residência.

“O homem deixa seu pai e sua mãe” é um mandamento de Deus (Gn 2,24). Não vamos esquecer que também é difícil para nossos filhos abandonar seus entes queridos. Como podemos ajudá-los a dar esse passo (às vezes um pequeno empurrão pode ajudar) sem parecer que os estamos expulsando? Quando ele se afasta do ninho da família, o jovem começa a empilhar as pedras da construção do edifício de sua vida. Ele vai nos convidar para visitar alguns cômodos de sua casa, mas não todos. Assim, descobriremos uma nova relação composta tanto de proximidade quanto de distância.

Neste tempo de separação, rezemos todos os dias pelo nosso filho, confiando-o ao seu anjo da guarda. Esse também é nosso papel como pais. Ação discreta, humilde, mas indispensável, porque sabemos que Deus é um bom pai que zela fielmente pelos seus filhos.

Élisabeth Content

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