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A importância da moradia no desenvolvimento pessoal e familiar

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Shutterstock | Photographee.eu

Edifa - publicado em 17/09/20

Você sabia que sua casa revela como você está? É assim que a psicoterapeuta Anne-Catherine Desmichelle-Chardon explica

Em seu sentido simbólico, a casa representa o lar. A casa são as paredes, o lar é sua alma. A casa evoca construção, o que foi construído. Mas acima de tudo representa o lugar onde nos construímos. O lugar da infância, da aprendizagem, da intimidade, do familiar e do conhecido. É o local onde, pedra a pedra, progressivamente, se forjam os nossos pontos de referência. Fazemos a nossa casa à nossa imagem e ela diz muito sobre nós. É por isso que os psicoterapeutas pedem às crianças que desenhem uma casa: base estável, aberturas sorridentes, telhado protetor ou arquitetura instável, janelas angustiantes, caminho estreito.

A casa que queremos reflete como somos

Embora a casa seja o lugar construído, é antes de tudo o lugar que decidimos construir. Algumas paredes entre as quais criar um lar conjugal, familiar e espiritual. “O homem sensato (…) construiu sua casa em cima da rocha. [E a casa] não desabou” (Mt 7,24-25). Este texto é freqüentemente escolhido para os casais antes do casamento e expressa bem o simbolismo da casa e do lar.

Portanto, a maneira como queremos ter nossa casa reflete quem somos. Existe o exterior, o aparente, o que queremos mostrar. Existe o interior, o local onde damos licença para entrar, onde recebemos um familiar ou uma pessoa desconhecida. “O meu interior” pode proteger, permite-me revitalizar, centrar-me, mas também pode colocar barreiras e excluir.

Alugada ou de nossa propriedade, dependendo do momento da vida, de acordo com os nossos desejos e o nosso caráter, a casa pode ser um lugar transitório, um trampolim para outras viagens ou, pelo contrário, um local de estabilidade e alicerce. Pode abrigar companheiros que compartilhamos apartamento ou uma vida familiar, pode ser um refúgio para fugir da cidade, para rezar, para envelhecer, é um lugar de raízes ou de abertura, mas também de um recuo sobre si mesmo, de solidão, de exclusão, de confinamento. Ela pode ser testemunha dos nossos segredos, das nossas conversas, das nossas risadas e lágrimas: a casa alberga as nossas vidas.

Escolher uma casa é escolher um projeto de vida

A casa evolui, torna-se mais bonita, adapta-se aos altos e baixos e vicissitudes da vida. Todas essas transformações são alegres quando são feitas sem atritos e acompanhando harmoniosamente as decisões tomadas. Elas atacam quando as vivemos com sofrimento; então a casa nos torna estranhos e perde o sentido que nos ofereceu e que de boa vontade lhe conferimos. Uma menina disse em terapia: “Depois da separação, meu pai ainda mora na casa. Mas não temos vontade de ir embora dela, se nós cinco não estivermos aqui, então não é mais a nossa casa”.

Escolher a nossa casa não é apenas procurar um telhado para morar hoje, é escolher um projeto de vida. É inventar um modelo que pertence a cada um de nós, fruto da nossa história, mas também germe de um amanhã. A casa é construída lentamente e o trabalho interior dela nunca termina. Sempre há algo a melhorar, esse é o caminho a percorrer para alcançar a grandeza.

Olivia de Fournas

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