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Maternidade: 7 dicas para as mães se libertarem do sentimento de culpa

MÃE ABRAÇA FILHO BEBÊ

Monkey Business Images I Shutterstock

Edifa - publicado em 09/10/20

Uma sensação de nunca estar fazendo o suficiente ou ao menos não como deveria. Se a culpa pode ser um motor para ajudar as mães a crescerem, ela também pode destruí-las. A seguir encontre sete dicas para livrar-se definitivamente desse sentimento

No trabalho, Martha tem sentimento de culpa por não estar com os filhos. Já Felícia, quando está em casa, se sente constrangida por não estar junto às panelas. Joana se sente com a consciência pesada por não ir ver os pais com mais frequência. Quanto a Anne, ela busca incansavelmente o que fez de errado na educação de sua filha que, aos 28 anos, ainda luta para se encontrar. Poucas mães escapam do sentimento de culpa. Na verdade, esse sentimento não é inerentemente ruim. Mas se ocupar muito espaço, envenena a vida.

A culpa é um estado emocional incômodo, até doloroso, que se manifesta quando se tem a impressão de não ter agido corretamente em relação aos padrões sociais ou morais, ou mesmo aos próprios valores”, escreve a psicoterapeuta Sarah Famery. Ela pode, portanto, ser um “sinal de boa saúde psicológica”, assegura o padre Joël Pralong, um sinal positivo. “É uma emoção estruturante que garante a nossa consciência do bem e do mal e que nos impulsiona a permanecer no caminho certo”. A seguir encontre as 7 dicas que podem ajudar as mães a se livrarem do sentimento de culpa negativo.

1. Identifique o que você está sentindo

A culpa é um como um alarme que nos alerta quando cruzamos a linha. Por que então ela tem a capacidade de nos atormentar por anos? Porque existe uma culpa boa e uma culpa ruim.

Para o psicólogo Daniel Desbois, “a culpa verdadeira nos traz a consciência de que eu feri o coração do outro, de Deus, ou o meu próprio coração. Ela toca o ato realizado. Já a falsa culpa toca o ser, a imagem que tenho de mim mesmo. Isso acontece, por exemplo, quando nos sentimos incapazes”.

Portanto, é importante fazer um discernimento. Nossa culpa é consequência de um ato que praticamos efetivamente ou é um eco de um juiz interior implacável e imparcial, que às vezes está enraizado em nossa infância?

2. Peça ajuda

Se sentimos que estamos sendo consumidos por um sentimento de culpa que sabota a nossa autoestima, o padre Joël Pralong aconselha a buscar ajuda.

Sobretudo “um psicólogo procurará no nosso passado aquilo que nos prende. O sacerdote também pode ajudar nos ajudando a encontrar um sentido transcendente para o sofrimento. Ele nos ajudará a confiar em Jesus, e não nos sentir mais sozinhos”.

Por exemplo, Maline, que agora é avó, sentiu-se culpada por muito tempo após a morte de seu bebê: “Os médicos me explicaram que houve sofrimento fetal. Eu passei muito tempo acreditando que eu era a responsável por isso. Dizia para mim mesma: Como é possível que eu, feita para dar vida, poderia dar a morte? Só me senti liberta da culpa quando meu psicólogo me disse: ‘Você fez tudo o que pode pelo seu filho!’”.

3. Converse

Para Apolline Delplanque, do Instituto para a Educação da Família, “colocar em palavras aquilo que sentimos é libertador. É preciso falar, seja para você mesmo ou para aqueles que você machucou”.

Assim, conversar com uma amiga, com seu marido, com alguém com experiência pode ajudar a discernir se sua culpa é justificada ou não.

Por conseguinte, ao ajudar mães ou uma paciente em sua linha de pensamento, Axelle Trillard, coach pessoal, pergunta: “Você sentiu que agiu errado? Por qual ação específica você se culpa? O sentimento de culpa muitas vezes vem de uma desproporção entre a realidade e o eco que ela tem em nós”.

4. Encontre a atitude correta

Depois da mãe identificar a atitude geradora do sentimento de culpa, ela precisa sair da culpa. “Quando nos assumimos culpados, agimos como se fôssemos nosso próprio juiz, infligindo a nossa própria punição. Isso nos impede de tomar a atitude certa e fazer o que será bom, restaurador e justo”, observa Albane, enfermeira e mãe.

Mas para que possamos assumir um comportamento responsável, Sarah Famery nos aconselha a compreender “o que é corrigível e o que podemos fazer melhor da próxima vez, focar no problema a ser resolvido e não em suas consequências emocionais”.

Já Axelle Trillard, também mãe de seis filhos, lembra-se de não conseguir colocar os filhos na cama durante vários anos porque estava muito cansada. No entanto, agora, olhando para trás, ela encontrou uma solução: “Por exemplo, eu poderia ter ido dar boa noite a uma criança diferente por dia. Transformar o ‘nada’ em numa atitude que, mesmo ‘pequenininha’, teria me acalmado bastante”.

5. Aceite seus limites

Na culpa, pode entrar em jogo o fato de não corresponder à imagem que se tem de si e que se quer dar. De fato, “muitas vezes queremos fazer as coisas perfeitamente”, observa Apolline Delplanque, “e nos sentimos mal porque não conseguimos. A busca pela perfeição muitas vezes é uma busca orgulhosa de si mesmo. Aceitar seus limites, sua pobreza, ajuda a se livrar da culpa. Também podemos dizer palavras positivas uns aos outros: “Não, você não é um perdedor”. “Sim, você é amado pelo Pai, faça o que fizer!”.

Nesse sentido, o padre Joël Pralong foi curado de um sentimento mórbido de culpa quando lhe foi direcionada a simples pergunta “Aceitas ser amado?”. O nosso erro é que olhamos demais para nós mesmos e pouco para Deus.

6. Peça perdão

A culpa é boa porque me diz: ‘Mude! Vá pedir perdão!’”.É o orgulho que nos faz recuar, porque o homem não quer se reconhecer pecador”, diz Daniel Desbois.

Por exemplo, Anne há muito se culpa por muitos “erros” na educação de seus filhos: “Um dia, fui passear com minha filha e falei tudo o que sentia. Ela me ouviu sem dizer nada. Então eu pedi perdão a ela por qualquer erro cometido”.

Assim, pedir perdão ao Senhor também nos ajuda a parar de nos julgar. Para Axelle Trillard, “não há maneira melhor de destruir a culpa do que colocando a alegria de Deus em seu lugar. O sacramento do perdão toca a raiz do nosso ser, irriga o nosso psicológico”. Mas também nos resta perdoar a nós mesmos. Tarefa difícil, mas “se não me perdoo, é como se recusasse o perdão de Deus”, avisa Daniel Desbois.

7. Siga em frente

O sentimento de culpa nas mães é uma armadilha quando nos bloqueia no passado e nos faz concentrar em nós mesmos. Uma vez que o perdão foi dado e recebido, “devemos deixar o passado onde está e olhar para frente”, explica o Padre Joël Pralong. “Você não é escravo da culpa, de uma lei que o condena, de um superego que o lança nas trevas. Você não está mais sozinho, você pode se levantar e permanecer na esperança!




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Bénédicte de Saint-Germain

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