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7 bloqueios a quebrar para perder o medo de iniciar um relacionamento

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Fizkes - Shutterstock

Edifa - publicado em 13/11/20

Existem muitas razões pelas quais algumas pessoas não desejam se envolver em um relacionamento sério. Se elas têm dificuldades em encontrar a “tampa certa para sua panela”, certamente é porque muitos bloqueios as impedem

Medo de constituir família, medo de fazer a “escolha errada”, medo de começar um relacionamento. As pessoas solteiras são confrontados com dolorosas interrogações enquanto seu coração está à espera de encontrar alguém. O padre Geoffroy-Marie e a conselheira matrimonial Élisabeth Content discutem sobre as 7 principais preocupações que impedem algumas pessoas de ousar comprometer-se.

1. “Ainda não conheci uma pessoa que me fez arrepiar”, Audrey, 30 anos

Padre Geoffroy-Marie: A conexão amorosa é algo muito bonito. No entanto, ela não cria o amor. Eu chegaria a dizer que você não se casa porque ama. Para construir o edifício que será o relacionamento e a família, devemos ter em comum mais do que o sentimento de amor, que é apenas o cimento da construção. Uma parte fundamental do discernimento é permitir a si mesmo o tempo para ver se há o suficiente em comum entre os dois, para assim poderem se engajar.

Élisabeth Content: Sentir-se apaixonado ajuda a embarcar na aventura um tanto maluca do relacionamento. Mas também é preciso ter cuidado para não buscar apenas uma avalanche de emoções, porque não existe um medidor que diga quando você está apaixonado ou não. Algumas pessoas vivem fortemente suas emoções, outras não. Portanto, cabe a cada um decidir sobre esse sentimento: eu quero estar com ela (ele)? Ela (ele) me atrai fisicamente, e sua personalidade?

2. “O amor no casamento me assusta”, Alan, 28 anos

P.G.M.: Ninguém sabe amar de forma absoluta, exceto Cristo. Nenhum casal pode dizer que sabe amar de forma absoluta. Por outro lado, os cônjuges poderão olhar pra trás no final da vida e dizer: “Tentamos todos os dias nos amar”. Não há felicidade sem amor, por isso Satanás quer destruí-la. É preciso assumir a parte da guerra espiritual que isso acarreta. O outro inimigo do amor é a falta de autoconfiança. Porque, para amar, é preciso passar da tentação de se fundir ao outro, e ao invés disso, compreender a comunhão entre as duas pessoas.

E.C.: Podemos ter sido feridos em nossa capacidade de amar e ser amados. Assim, podemos ter medo de iniciar um relacionamento. Devemos então nos conscientizar disso. Aprendemos a amar o outro conhecendo-o. No dia do casamento, o amor é apenas uma pequena planta que precisa ser regada. Porque amar é fazer coisas que mostram aos outros que os amamos. No começo é fácil. Mas depois, atingimos nossos limites. Felizmente, praticar atos de amor é bom para o outro, mas também para si mesmo. Nos faz alimentar o sentimento de amor. É um círculo virtuoso!

3. “As mulheres não precisam mais de nós”, Samuel, 36 anos; “Os homens não sabem se decidir”, Aurélia, 29 anos

P.G.M.: É verdade que a “emancipação” das mulheres em grande parte confundiu os limites. Muitas vezes, o homem contemporâneo não consegue mais encontrar seu lugar. E ao mesmo tempo, é uma oportunidade incrível, porque nunca homem e mulher foram tão capazes de ter uma verdadeira relação de comunhão. Para sair dessa dificuldade no relacionamento, só há uma maneira: ousar conversar, expressar seus medos, seus mal-entendidos: “Tenho a impressão de que você não precisa de mim”, “Tenho a sensação de que você tem medo de se comprometer. Você pode me ajudar a entender por quê?”

E.C.: Muitos homens se sentem responsáveis ​​pela felicidade de suas esposas. Isso é uma falsa imagem do amor. Porque a felicidade do outro não depende de mim, mas da relação que viveremos juntos. Se eu passar por um período de desemprego ou doença, na verdade, isso vai gerar um impacto no outro. No entanto, devo me sentir culpado por isso? Não, pois esses são os problemas da vida. Qualquer relacionamento passa por situações como essa.

4. “Não consigo esquecer um grande amor”, Estevão, 40 anos

P.G.M.: As decepções amorosas são umas das maiores provações da vida. A dificuldade que o homem passa nessa situação é porque ele se sente humilhado. Sua mente fica confusa, ele não entende qual caminho seguir. A grande armadilha nesse caso é reagir com orgulho à situação. Devemos, portanto, aceitar com humildade o que nos aconteceu e nos abrir novamente para o amor. Para uma mulher, a ferida surge de outra maneira. Ela não se sentirá mais digna de ser amada. O pior, contudo, é se desesperar.

E.C.: Uma separação é um luto que se precisa viver. Frequentemente, ficamos presos em busca de respostas, mas não é possível entender tudo, porque não estamos na ordem do racional, mas do emocional. E então há o que pertence a mim e o que pertence ao outro. Há um tempo para vivenciar esse sofrimento e passar por ele. Quando finalmente conseguimos pensar na pessoa sem amargura, ressentimento ou raiva, quando nossos pensamentos não estão mais inundados de lembranças, é um sinal de que somos capazes de escrever a palavra “fim”.

5. “Acho difícil me situar como adulta em relação aos meus pais”, Caroline, 35 anos

P.G.M.: ‘Enquanto eu não noivar, é difícil não permanecer como “filho ou filha” dos meus pais’. A pessoa solteira costuma alternar entre independência e dependência. Ela encontra segurança emocional na família e, ao mesmo tempo, encontra aí alguns desafios. É importante que os pais entendam que as coisas não são fáceis para seus filhos.

E.C.: Às vezes os pais criticam uma verdade que é só deles. Sem ser necessariamente agressivos, podemos nos opor com convicção suficiente para que nossa palavra seja ouvida. Para isso, o humor é um remédio eficaz porque permite falar sobre um assunto de forma imparcial, facilitando as coisas para ambos. Ao pedir conselhos aos nossos pais, eles não devem nos dar ordens. Eu tenho minha própria maneira de conduzir minha vida. Eles têm a deles. Nós nos respeitamos, sem querer impor um peso um ao outro.

6. “Não me sinto capaz de sustentar uma família”, Charles, 26 anos

P.G.M.: Para um homem, é bom ter senso de responsabilidade. Mas querer dominar demais pode ser sinal de orgulho. Assim, pode-se ter medo de iniciar um relacionamento. O casamento não é sobre responsabilidade, mas sobre amor. A segurança é fundamental para as necessidades da mulher, e a segurança emocional pode ser também expressa por meio da segurança financeira. Mas ela precisa enterrar a ideia de um homem que lhe transmita 100% de segurança. Esse homem não existe e não necessariamente a faria feliz. O homem, por outro lado, precisa sentir que tem direito a ter fraquezas. Ele também precisa aceitar ser ajudado por sua esposa.

E.C.: O homem é aquele que traça o caminho. E não é só uma questão de salário. A mulher, por outro lado, precisa sentir um homem ao seu lado, lhe mostrando a direção. Seu problema é aceitar deixar-se levar. Porque, para muitas mulheres, a expressão “depender de” se tornou sinônimo de escravidão. Sendo que, por outro lado, uma relação a dois pode ser vivida em dependência de amor.

7. “Não tenho o direito de cometer erros, pois o casamento é sagrado”, Ombeline, 32 anos

P.G.M.: O casamento não é uma roleta russa! Por outro lado, não há que se ter medo paralisante de iniciar um relacionamento. Há o tempo da descoberta, da amizade, e depois do noivado. E então, uma vez dado o passo, o casal não está sozinho. Para os cristãos, Deus está lá. A única segurança real no casamento é fazer a escolha todos os dias de confiar no outro, de precisar do outro. Um casal são duas pessoas que optam por entrar numa troca de amor.

E.C.: Dizer isso para si mesmo é muito assustador! Isso significaria que tudo teria que ser perfeito no relacionamento, o que é impossível. Algumas coisas serão um problema por toda a nossa vida. Faz parte da vida de um casal. Precisaremos aprender a conviver com essa dificuldade e tomar medidas para resolvê-la. Por exemplo, pode haver assuntos que não abordamos porque são muito complicados pra nós. Mas se não os resolvemos, temos uma garantia de que eles irão invadir todo o espaço do relacionamento.


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