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Relacionamento: como superar juntos a perda de um filho?

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Edifa - publicado em 24/11/20

Quando se perde um filho, um longo e duro caminho de luto se abre para a mão e o pai. Se o casal não for bem acompanhado nesse momento, o relacionamento corre o risco de não resistir a essa provação

Será que existe uma provação mais difícil do que a morte de um filho? Os pais, casais, famílias que viveram uma situação similar, tão contrária à ordem natural das coisas, sentem uma grande tristeza por um período longo de tempo. Um casal confrontado com a perda de um filho corre o risco de naufragar se permanece sozinho, fechado na dor.

O sofrimento extremo vivenciado pelos dois paralelamente impede a partilha

Foi isso que aconteceu com Marion e Eduardo depois da morte de sua filha Juliette. Eles eram um casal sólido, ao menos acreditavam nisso. Mas o sofrimento extremo vivido por ambos, paralelamente, os impedia de estar juntos, ficando cada um submerso pela sua própria dor. Eduardo mergulhou fundo no trabalho para não pensar muito na pequena Juliette. Ele também não conseguia exteriorizar seus sentimentos como fazia Marion, não sabia como fazer isso. Ou talvez ele cresceu ouvindo que “um homem não deve mostrar seus sentimentos e não pode chorar”, mesmo que ele se sentir triste, vazio.

Quanto a Marion, ela pensava que seu marido não estava tão mal, porque ele parecia até mesmo desconectado da situação. Ela não conseguia então partilhar com ele toda a tempestade interior que estava vivendo. Ela se sentia sacudida como um barco frágil sem leme. Ainda mais, ela se sentia culpada: “Eu me digo católica, mas percebo que não tenho tanta confiança assim em Deus. Onde está a minha fé?”.

A importância de buscar ajuda

Alguns amigos os aconselharam a buscar ajuda. Eles demoraram muito para dar o primeiro passo, presos neste universo de sofrimento e morte. Vencida essa etapa, eles puderam, juntos e de forma pessoal, encontrar uma terapeuta e participar de um grupo de pais que também perderam um filho.

Neste grupo, Marion e Eduardo ouviram uma mãe dizer que quando viu seu filho morrer, ela tinha uma convicção interior que dizia: “Senhor, não a minha vontade, mas a tua”. Eles ainda se sentiam longe de serem capazes de dizer algo assim. Mas puderam, nesse local, compartilhar sua experiência e expressar todos os sentimentos que os habitavam sem se sentirem julgados. Outros também passaram pela mesma situação e assim, essa dor que todos tendiam a acreditar ser única, incompreensível para os outros, até mesmo para o cônjuge, podia ser compartilhada e compreendida.

Aos poucos, Marion e Eduardo perceberam que o outro também sentia dor. Eles puderam se abrir novamente, mudar seu comportamento mútuo, acolher um ao outro como eram e escolher apoiar-se nesta provação difícil e dolorosa, mas que foi a ocasião para restaurar a sua casa.


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