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Como promover a autonomia do filho sem oprimi-lo?

Child; laces; shoes; autonomy

© Juice Flair I Shutterstock

Edifa - publicado em 26/11/20

A versão menino modelo do século XXI? Esperto, autônomo, cada vez mais rápido e cada vez mais preparado! Mas não devemos esquecer que a autonomia, valor educativo fundamental, deve respeitar o ritmo de cada um

“Meu filho é muito autônomo, escolhe seus filmes ou suas leituras e vai para a cama sozinho à noite!”, diz com orgulho Adèle, mãe de Gaspard, de 4 anos de idade. Mas então você lembra do seu menino ou menina de 7 anos lutando para amarrar os sapatos.

Faz mais de quarenta anos, o discurso sobre a educação colocou a autonomia na vanguarda de todos os objetivos educacionais. E os pais têm se esforçado para tornar seus filhos autônomos.

Portanto, a “autonomia” está na moda. Basta dar uma olhada nas revistas de educação para se convencer disso: não existe piedade com aqueles que não são autônomos.

Essa ideia também parece completamente natural aos pais: “Nossos filhos enfrentam um mundo complexo, devem saber como se virar sozinhos o mais rápido possível”, confessa uma mãe.

Mas e se a famosa autonomia estiver se tornando uma máscara para nosso individualismo?

Autonomia do filho e confiança

Assim como os idosos, dos quais nossa sociedade hiperativa teme depender, os mais jovens, por sua vez, são condenados a não se estabelecerem por muito tempo nesse estado próprio de juventude. E, no entanto, é nesse vínculo de interdependência que se constrói a relação mãe-filho. É essa proximidade íntima que marca o maternalismo e define seus primeiros anos pela palavra segurança. Porque a segurança de amanhã cresce na dependência de hoje. Uma dependência da qual a criança só pode sair aos poucos. Se você quiser queimar essas etapas, corre o risco de deixar os jovens pessimistas e tristes. Então, autônomos, para quê?

Por que não colocar as coisas no seu devido lugar na realidade familiar, ajustando-se ao ritmo dos filhos, às suas necessidades e às suas próprias possibilidades? Mesmo que isso signifique rever algumas exigências diminuirem e se distanciar das normas anunciadas: 7 anos para amarrar o cadarço, 8 anos para ir comprar pão na esquina…

Se seu filho não se conforma com as regras, preste atenção em tudo o que ele é capaz de fazer e que não consta em nenhum manual de educação. Ele lê uma história para sua irmã antes de dormir? Ele lida com o humor como ninguém? Ele faz jogos de palavras? Ele conforta seus amigos?

A inteligência afetiva, o sentido de relacionamento, esta capacidade de participação na vida familiar: são muitos os sinais de que os nossos filhos crescem no seu próprio ritmo na família. Sinais também daquele sopro que Deus coloca em cada um e que marca a sua singularidade. Em última análise, é importante construir uma relação de confiança e consciência mútua com nossos filhos, a única fonte de verdadeira autonomia. E pior para os cadarços!


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