Não encontramos guia mais adequado do que a Virgem Maria para nos ajudar a caminhar até o Natal. Ela esperou por Jesus de duas maneiras: primeiro como uma filha de Israel, cuja esperança estava voltada para a vinda do Salvador; depois como mãe, e uma mãe que sabia que a criança que esperava era o Filho do Altíssimo. Para se preparar para o nascimento de Jesus, Maria não fez coisas extraordinárias. Sobretudo ela voltou “os olhos do seu coração” para o Pai, como dizia São João Paulo II. Ela nos ensina a esperar por Cristo com ela, na fé, no silêncio e na escuta. Portanto, contemos com as riquezas do rosário (santo terço) para nos prepararmos para o Natal.
A melhor maneira de esperar pelo Senhor se resume em uma palavra: “Sim”
Não estamos nos preparando para o nascimento de Jesus em Belém. É verdade que ele nasceu lá, há dois mil anos. No entanto, no hoje estamos nos preparando para sua vinda: sua vinda na glória, sua vinda em nós. Jesus nos prometeu: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos nossa morada” (Jo 14,23). Ele quer adentrar o nosso interior. Mas nós, será que estamos prontos para recebê-lo? Será que o desejamos? Ou esse desejo é sufocado por todos os tipos de preocupações materiais, más inclinações e problemas do dia a dia? Será que somos como as virgens que aguardam com esperança o encontro decisivo com Jesus – na nossa morte e no fim dos tempos – encontro este o qual não sabemos “o dia nem a hora”?
Ao contemplarmos a vida de Maria e seu mistério, entendemos que a maneira certa de esperar pelo Senhor pode se resumir em uma palavra: “Sim”. Um “sim” sem reservas: Maria se entregou completamente. Um “sim” confiante: Maria cumpriu a vontade de Deus um momento após o outro, sem se preocupar com o futuro. Um “sim” concreto, materializado nas pequenas coisas de cada dia: Maria viveu a existência ordinária de esposa e mãe. Um “sim” cheio de humildade: Maria nunca contou com as próprias forças, mas apostou tudo em Deus. Um alegre “sim”: o canto do Magnífica exprime a ação de graças que transborda do seu coração, embora, aos olhos humanos, ela tivesse motivos para se preocupar ou se inquietar.
Existem muitas maneiras de rezar o rosário (santo terço)
Para nos prepararmos para o Natal junto a Maria, rezemos o rosário. Foi o que São João Paulo II nos exortou a fazer, com insistência: “Rezar o rosário pelos seus filhos, e melhor ainda com os seus filhos, educando-os desde tenra idade a este momento quotidiano de oração, certamente não é a solução para todos os problemas, mas constitui uma ajuda espiritual que não deve ser subestimada” (Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae de 16 de outubro de 2002, § 42. ). São João Paulo II também insistiu na importância do silêncio, de forma que não rezemos as Ave-Marias uma após a outra, sem pensar. Ele sugeriu começar cada dezena com a enunciação do mistério contemplado, seguido pela proclamação de uma passagem da Bíblia. Ainda acrescentou: “É oportuno parar por um tempo significativo para fixar o olhar e a atenção sobre o mistério meditado, antes de iniciar a oração vocal”.
Sejamos simples e flexíveis, buscando nos adaptar à idade das crianças, à sua capacidade de atenção (que pode variar entre um dia e outro), para que a oração do rosário seja, naturalmente, um esforço, mas não uma obrigação. “Se o Rosário for bem apresentado”, afirmou São João Paulo II, “estou certo de que os próprios jovens poderão surpreender mais uma vez os adultos, fazendo sua esta oração e recitando-a com o entusiasmo característico de sua idade” ( Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae de 16 de outubro de 2002, § 4).
“Existem mil maneiras de rezar o rosário”, explicou um padre, “escolha a que mais lhe convier. O rosário pode ser uma oração de meditação, de adoração, seguindo os mistérios da vida de Jesus. Podemos apenas prestar atenção aos doces nomes de Maria. Podemos, em cada Ave-Maria , orar por uma pessoa que encontramos durante o dia. E podemos até repetir simplesmente a oração. Assim, aos poucos, a Boa Nova da Encarnação entra em nosso coração”.
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