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Como sair da crise da meia-idade?

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Edifa - publicado em 27/01/21

“A crise da meia-idade pode nos dar asas”, garante o “coach da meia-idade” Tristan de Feuilhade. A seguir encontre alguns conselhos desse “life coach” para melhor enfrentar e até tornar fecunda esta fase da vida

Como identificar que estou vivendo uma crise de meia-idade?

Tristan de Feuilhade: Um sentimento de incômodo, até mesmo de sofrimento, permeia os quarenta anos de vida. Surgem questões existenciais, sobre o sentido do seu trabalho, seus valores, sua vida. Esta crise surge muitas vezes num contexto de dificuldades tanto profissionais como pessoais, como é o caso de um funcionário que não obtém a promoção desejada ou de alguém que começa a ganhar peso e ter suas taxas alterada. Alguns sinais nos levam a uma tomada de consciência à medida que envelhecemos. Quanto mais velhos ficamos, mais percebemos que a vida é preciosa.

Todo mundo passa por essa crise?

Não, ela não é obrigatória. Frequentemente é sentida por pessoas que não estão completamente em harmonia consigo mesmas, que não vivem em coerência com sua visão de vida. Alguns se satisfazem através do consumo, do materialismo ou do sucesso social. Outros anseiam por mais.

Os cristãos encontram uma saída mais facilmente?

A fé dá sentido à nossa vida. Quando o centro de gravidade se encontra em nosso interior, não importa quais sejam os altos e baixos da vida, você permanece centrado. Mas quando este centro é colocado nas coisas exteriores – se você põe sua confiança no dinheiro, nas suas habilidades, ou no seu físico – mais cedo ou mais tarde você perde o equilíbrio e cai.

Que conselho você daria?

Quando nos confrontamos com os nossos próprios questionamentos, temos a tentação de nos esconder atrás de nossos afazeres. Toda a nossa agitação exterior serve para que não demos atenção a esses pensamentos. Muitos continuam no mesmo ritmo, correndo o risco ultrapassar os seus limites e jogar tudo para o alto, seu cônjuge, família, trabalho. Eu recomendo parar e dar um passo para trás nesta situação. Esta é uma grande oportunidade para se perguntar: “Estou no caminho certo?”. E permita-se imaginar em um contexto diferente.

É um convite para que mudemos a nossa visão de vida?

Todos precisamos aprender a viver o luto de alguns objetivos e nos abrir a outros. Esta é a chave: redescobrir o desejo que desperta a determinação. O coach ajuda a despertar o desejo. Ao olhar positivamente para a pessoa, ele a relança numa dinâmica de progresso e sucesso. Quando encontro alguém, me interesso especialmente em seu potencial.

Além disso, o coach fornece um método para classificar e tomar decisões. Qualquer decisão tomada de cabeça quente é arriscada. O coaching consiste em organizar, formular e analisar as mudanças radicais (sair do seu emprego e trabalhar para uma associação) e as mudanças menores (mudar de função dentro da empresa).

O que muda depois que saimos de uma crise de meia-idade?

Definitivamente saímos diferentes e mais maduros. “O que não mata, fortalece”, garante Nietzsche. Os quarenta anos coincidem com a idade em que deixamos de nos preocupar demais com coisas passageiras. A pessoa se sente livre e independente e pode reorganizar as cartas que estão embaralhadas. Quando você não tem nada a perder, você tem tudo a ganhar. A pior das crises pode lhe dar asas e oferecer a oportunidade de realizar um sonho talvez já esquecido!




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