Aleteia logoAleteia logoAleteia
Quinta-feira 07 Dezembro |
São Ambrósio
Aleteia logo
Estilo de vida
separateurCreated with Sketch.

Crise da pré-adolescência: como ajudar seu filho(a) a enfrentá-la?

TEENAGER

George Rudy - Shutterstock

Edifa - publicado em 07/04/21

Entre os 8 e 12 anos algumas crianças parecem já começar a entrar na adolescência, e assim passam a oscilar entre as crises de choro e os abraços apertados. A seguir, encontre alguns conselhos para ajudar os seus filhos a viver essa fase de forma tranquila

Essas conversas são comuns na saída da escola: “Não reconheço mais o Cipriano! Ele bate a porta, grita ou fica de mau humor, ataca os irmãos”. Florence, que está muito preocupada, não sabe mais o que fazer com seu filho de 9 anos. Clara, por sua vez, está desorientada com a sua filha de 10 anos: “Eugênia é hipersensível, fica chateada por nada. Ela passa horas na frente do espelho, sonha em se maquiar e se vestir como uma universitária. Os outros já a observam”. Um pai acrescenta: “Cosme se envolve em todas as discussões, analisa, critica sem parar. Já é um verdadeiro pré-adolescente!”. Pré-adolescência: a palavra foi lançada! Será que ela é uma invenção dos pais orgulhosos em ter filhos “quase adolescentes”, ou apenas uma jogada de marketing, a fim de encontrar novos consumidores para diversos produtos?

Para as psicólogas Bernadette Lemoine e Véronique Lemoine-Cordier, as crianças realmente mudaram dramaticamente nos últimos anos. Precisamos estar cientes e levar isso em consideração. “Na prática clínica, sinto que as crianças são muito diferentes”, diz Véronique Lemoine-Cordier. “Eles são hiperestimulados por uma sociedade que avança extremamente rápido. Eles participam de tudo o que acontece no mundo adulto desde muito cedo e dominam os meios técnicos melhor do que nós. Eles são mais espertos e percebem o que lhes interessa muito rapidamente. Tudo isso faz com que eles queiram crescer muito mais rápido”. Mesmo assim, ela podera: “Nessa fase eles passam por uma revolução cognitiva, mas sua maturidade emocional e fisiológica não é tão rápida”. Então, como ajudar esse pequeno “mutante” a crescer? Comece por não considerá-lo um adolescente, responde a psicóloga.

Forneça um ambiente enriquecedor

Para o padre Xavier Piron, dos 8 aos 12 anos, “a criança já saiu da primeira infância e por isso ela tem a impressão de que o mundo lhe pertence. Ela se imaginará como um cavaleiro, um piloto, terá grandes sonhos. Bastante alegre, cheia de iniciativa, ela deseja prontamente ser útil e não quer ser desapontada”. Anne Kolly, professora e formadora Montessori, observa crianças há mais de vinte e cinco anos: “Nesta faixa etária, elas procuram as chaves para compreender o mundo e assim poder explorá-lo, interessam-se pelo universo, pela história da Terra. Elas já têm uma grande capacidade intelectual e podem compreender conceitos complexos. Elas também experimentam a vida social”. Esta é a fase dos grupos, códigos e exclusões. Cipriano tende a se isolar quando está em casa, mas tem um bom grupo de amigos na escola e no rúgbi. “A criança começa a exigir espaço, liberdade para se construir, para desenvolver sua inteligência. Para que essa energia vital se desenvolva, é fundamental que a escola e os adultos, a proporcionem um ambiente rico e estimulante. Caso contrário, a criança pode ficar apática ou difícil de lidar”.

É difícil hoje em dia deixar um pré-adolescente se divertir sozinho na natureza, para atender sua necessidade de independência! Mas atividades como o escotismo ou acampamentos em grupo podem ser uma excelente saída. Eles são levados a assumir riscos medidos dentro de uma estrutura específica. “A liberdade não pode ser imaginada sem responsabilidade”, lembra o treinador Montessori. Cipriano quer ir sozinho de bicicleta para a casa de seus amigos a poucos quilômetros de distância. Uma boa saída é que seus pais o acompanhem pela primeira vez, mostrando os perigos que podem surgir, e deem uma hora para o seu retorno. Cuidado para não dar à criança uma liberdade que ela não pode assumir, avisa o padre Piron: “Não confiaríamos uma faca de cozinha a uma criança de 4 anos, por isso, também não devemos deixar sozinha na frente do computador a criança de 12 anos”. Também para Bernadette Lemoine, a liberdade é condicional: “É preciso ser firme com a criança, explicar-lhe que impor limites é protegê-la e que aos poucos iremos confiar cada vez mais nela”.

Ajude o pré-adolescente a verbalizar o que está sentindo, sem nunca julgá-lo

Outro ponto essencial e desafiante é educar para a frustração, em uma sociedade que oferece todos os tipos de prazeres imediatos. “A criança é manipulável, por isso é fundamental que ela aprenda a escolher o que é bom para ela, mesmo que o que é bom não seja aquilo que ela deseja fazer. O que entra em jogo é a educação da vontade”, aconselham Bernadette Lemoine e Véronique Lemoine-Cordier. Dar à criança tudo o que ela pede é mantê-la na ilusão da onipotência.

Ao aprender a escolher e buscar o que é bom pra ela, a buscar o que é verdade, a criança irá gradualmente dominar sua afetividade e administrar suas emoções. Véronique Lemoine-Cordier explica: “O pré-adolescente é muitas vezes hipersensível, emocionalmente frágil. Ele pode ter uma reação desproporcional a uma situação agradável ou desagradável. É importante ajudá-lo a verbalizar o que está sentindo, sem jamais julgá-lo”.

Finalmente, seu equilíbrio depende da autoridade equilibrada dos pais. Se os pais souberem como estabelecer as regras e não tiverem medo de estabelecer uma relação de autoridade para com seus filhos, eles crescerão em segurança. “A palavra ‘autoridade’ tem a mesma raiz da palavra ‘tutor’, conclui Anne Kolly. Sem ele, a criança é incapaz de se construir e crescer em direção à luz”.


TEENAGE GIRLS

Leia também:
Quando você deve interferir nas amizades de um adolescente?

Solange du Hamel

Tags:
EducaçãoFamíliaFilhos
Apoiar a Aleteia

Se você está lendo este artigo, é exatamente graças a sua generosidade e a de muitas outras pessoas como você, que tornam possível o projeto de evangelização da Aleteia. Aqui estão alguns números:

  • 20 milhões de usuários no mundo leem a Aleteia.org todos os meses.
  • Aleteia é publicada diariamente em sete idiomas: inglês, francês,  italiano, espanhol, português, polonês e esloveno
  • Todo mês, nossos leitores acessam mais de 50 milhões de páginas na Aleteia.
  • 4 milhões de pessoas seguem a Aleteia nas redes sociais.
  • A cada mês, nós publicamos 2.450 artigos e cerca de 40 vídeos.
  • Todo esse trabalho é realizado por 60 pessoas que trabalham em tempo integral, além de aproximadamente 400 outros colaboradores (articulistas, jornalistas, tradutores, fotógrafos…).

Como você pode imaginar, por trás desses números há um grande esforço. Precisamos do seu apoio para que possamos continuar oferecendo este serviço de evangelização a todos, independentemente de onde eles moram ou do quanto possam pagar.

Apoie Aleteia a partir de apenas $ 1 - leva apenas um minuto. Obrigado!

PT300x250.gif
Oração do dia
Festividade do dia





Envie suas intenções de oração à nossa rede de mosteiros


Top 10
Ver mais