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Como receber a luz do Espírito Santo para tomar boas decisões na vida?

KIM JESTEM?

Jacob Lund | Shutterstock

Edifa - publicado em 17/05/21

O “raio de luz” do Espírito Santo ajuda-nos a dirigir o nosso olhar e permite-nos ver as situações como Deus as vê. Mas como receber essa luz para tomar decisões cristãs?

De onde virá o “raio de luz” do Espírito Santo que a liturgia do Pentecostes nos convida pedir? Vamos primeiro colocar de lado qualquer idéia de uma iluminação mais ou menos milagrosa: “Rezo muito ao Espírito Santo e então, quando eu abrir a Bíblia em qualquer página, encontrarei a resposta para meus problemas!” Efetivamente, a luz do Espírito Santo é primeiro a da razão e da fé, duas luzes divinas que o Pai dá a todos os seus filhos e que não devem ser substituídas, mas utilizadas corretamente: o “raio” de luz que pedimos é o que irá direcionar nosso olhar, permitindo-nos ver as situações como Deus as vê, em sua lógica natural e sobrenatural.

Um exemplo: depois da escolarização, um jovem pode pedir ao Espírito Santo que esclareça sua orientação futura; ele não lhe pede que escolha no seu lugar se ele deve fazer a carreira de médico ou a de engenheiro, mas que o devolva à lógica do batismo para que a sua decisão se inscreva numa vontade incondicional de seguir a Cristo. E, para isso, é necessário que o Espírito Santo “lave as manchas, dê o calor de vida ao gelo, dome o espírito indomável, oriente aquele que torce o caminho”, mas como receber esta luz do Espírito Santo?

As três petições que devemos utilizar para qualquer decisão cristã

Jesus indicou-nos três lugares de seu derramamento de sangue e, conseqüentemente, três petições aos quais recorrer para tomar qualquer decisão cristã.

  • A primeira é a consciência do seu discípulo, esta capacidade de julgar as situações à luz de Deus: “O Espírito da Verdade, ele vos introduzirá em toda a verdade” (Jo 16,13).
  • A segunda é a palavra de Deus, que “não pode ser anulada” (Jo 10,35).
  • A terceira é a Igreja, como Jesus a estabeleceu sobre Pedro e os Apóstolos “revestidos da força que vem do alto” (Lc 24,49).

Concretamente, isto significa que, para tomar uma decisão diante de Deus, devemos primeiro nos colocar na intenção fundamental de seguir Jesus de qualquer maneira (um bom retiro pode ser benéfico). Depois, entre as diferentes hipóteses razoáveis, procuraremos aquela que parece mais consistente com o que a Escritura nos diz sobre ela para nos levar a Cristo. Certamente, a Escritura não fala diretamente conosco sobre o médico ou o engenheiro, mas fala sobre as implicações da vida eterna envolvidas em ambas as profissões.

Finalmente, verificaríamos se a decisão está de acordo com o que a Igreja vive e ensina hoje em dia. Certamente não cabe ao bispo decidir se devemos ser engenheiros em vez de médicos, mas fazemos parte de uma comunidade cristã cujas escolhas fundamentais devem ser integradas às nossas escolhas pessoais. Considere, por exemplo, a importância da presença da Igreja nas profissões da saúde ou de sua doutrina social na vida de uma empresa. Nesse sentido, a vocação é ao mesmo tempo uma missão e, se discernirmos nesta tríplice referência ao Espírito Santo, podemos ter a certeza que Ele estará aí, com os seus “sete dons sagrados”, para permitir-nos vivê-la “pela glória de Deus e a salvação do mundo”.

Padre Max Huot de Longchamp

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