Oração do dia
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Festividade do dia22 Setembro

São Maurício, Exupério, Cândido, Vitor e companheiros

Mártires († 302)

mass in St. Peter's Basilica on the occasion of the unveiling of the statue of St. Andrew Kim Tae-gon, the first Korean-born Catholic priest
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[big_first_char_text]São Maurício, Exupério e Cândido eram legionários da Legião Tebana, uma unidade lendária do exército romano que foi recrutada no Alto Egito, na cidade de Tebas, e que era inteiramente composta por cristãos. Para compreender melhor a origem do culto destas testemunhas da fé cristã é necessário relembrar a história dessa famosa Legião Tebana, à qual a piedade popular sempre reservou uma devoção particular.
A principal, e historicamente mais confiável, fonte que chegou até nós sobre São Maurício e a famosa Legião Tebana, que ele chefiava, é a “Passio martyrum Acaunensium” atribuída a Santo Euquério de Lyon. A versão que nos foi transmitida data apenas do século IX, mas o santo Bispo já citava a sua obra numa carta dirigida ao Bispo Sálvio, por volta de 440, afirmando que naquela altura a tradição oral sobre o assunto já era atestada há pelo menos um século. O estudioso alemão D. Van Berchem, nos idos de 1940, examinou a antiga “passio”, chegando à conclusão de que a fonte da história oral era Santo Teodoro (também chamado de Teódulo) de Octoduro, o primeiro bispo do cantão suíço de Valais no século IV. Ele provavelmente importou a lenda do Oriente, com base na qual Maurício foi martirizado com seus soldados, que talvez nem fossem tebanos e nem constituissem uma legião real.
Em todo caso, segundo a narrativa de Euquério, durante a insurreição da Gália, principalmente contra os bagaudas, por volta do ano 286, o Imperador romano Maximiano marchou com a Legião Tebana, como parte de seu exército. Depois da supressão da revolta, Maximiano deu ordem para que todo exército fizesse sacrifícios aos deuses romanos em agradecimento ao sucesso da campanha. Como parte da celebração, o imperador também ordenou a execução de vários prisioneiros cristãos. A Legião Tebana, composta unicamente de cristãos, recusou-se firmemente a sacrificar aos deuses pagãos e deixando o acampamento retirou-se para a região vizinha Agauno (hoje Saint-Moritz), liderados por seu “primicerius” e porta-voz, Maurício. O imperador repetidamente os convidou a refazer seus passos. Contudo, os soldados, encorajados por Maurício e outros oficiais, foram inflexíveis em sua decisão até o fim. Por fim, o imperador deu ordem para que a legião fosse dizimada. Ao final desta violenta perseguição, parece que cerca de 6.600 soldados foram mortos. Todos foram decapitados por outros soldados, sem resistência. Maximiano chegou a ponto de levar as execuções até mesmo contra os membros da Legião Tebana estacionada em outro lugar no Império da Gália, incluindo a própria Roma.
Segundo o Martirológio Romano, em sua última edição, Maurício e seus companheiros, no entanto, haviam escrito uma carta ao Imperador onde explicaram a relevância dos motivos de sua rebelião: “Somos teus soldados, mas também servos de Deus, o que reconhecemos honestamente. A ti devemos serviço militar e a Ele, integridade e saúde. De ti recebemos o salário e Dele o princípio da vida [...] Usaremos nossas mãos contra qualquer inimigo, mas não as mancharemos com sangue inocente [...]. Professamos Deus, o Pai Criador de todas as coisas, e acreditamos que seu Filho Jesus Cristo é Deus. Fomos aspergidos com o sangue de nossos irmãos e companheiros, mas não nos afligimos, elevamos nossos louvores porque foram considerados dignos de partir para o Senhor. Desta forma aqui deitamos nossas armas [...] preferimos morrer inocentes a matar e viver culpados [... ] não negamos que somos cristãos [...] portanto não podemos perseguir os cristãos ”
Além disso, uma “passio” posterior acrescentou os nomes de Inocêncio e Vital ao grupo, já que seus corpos foram redescobertos após séculos no vale do Rio Ródano. No entanto, mesmo que os números citados pareçam exagerados e alguns detalhes da lenda tenham sido adicionados no século V, na verdade parece ter havido um derramamento real de sangue cristão com base na tradição.[/big_first_char_text]