Santo Eleutério Décimo terceiro

[big_first_char_text]Eleutério é mencionado apenas a partir de fontes hagiográficas tardias (século VIII), sua biografia incerta é baseada principalmente no Líber Pontificalis.
Eleutério nasceu em Nicópolis, capital da província romana de Epirus Vetus, localizada na parte ocidental da atual Grécia. Seu nome, em grego, significa “homem livre” e parece indicar que ele era um escravo liberto. Veio a Roma acompanhando o Papa Aniceto. Durante o pontificado deste Papa foi diácono da Igreja de Roma e atuou como secretário papal na reunião que Aniceto promoveu com Policarpo de Esmirna.
Quando se tornou bispo seu episcopado foi marcado por movimentos heréticos que chegaram a Roma: o montanismo que sustentava o fim iminente do mundo, o rigor exagerado da conduta moral e a prerrogativa de profetizar; o marcionismo que admitia três princípios (bom, certo e ruim) e três batismos, e os gnósticos, seguidores de Pitágoras e Platão.
Ele foi eleito papa em 175, sendo o último papa a aparecer na lista publicada por Santo Irineu, em 180. Seus primeiros cinco anos de pontificado ocorreram durante o mandato do imperador Marco Aurélio, que já havia relaxado seu ímpeto perseguidor contra os cristãos, mas será a ascensão ao trono de seu filho que deixou Eleutério confortável para se dedicar a resolver as divisões que as doutrinas gnóstica, montanista e marcionita haviam causado na Igreja. Eleutério emitiu um decreto no qual, entre outras coisas, os cristãos podiam comer com qualquer alimento e, assim, superou qualquer distinção herética entre alimentos puros e impuros.
Por volta de 177, Irineu, natural de Esmirna, acompanhou vários confessores de Lyon para ver o Papa Eleutério para discutir com ele a questão dos efeitos da heresia montanista. Irineu é portador de uma carta em que a Igreja de Lyon pede ao Papa que preserve a unidade da comunidade. Mais tarde, também devido à controvérsia montanista, Irineu voltou a Roma para se encontrar com Eleutério e o bispo Abercius de Hierápolis, da Frígia. Também no tempo de Eleutério, a cisma de Blasto ocorre em Roma devido à questão pascal. Acredita-se que, com outro decreto, ele ordenou que o dia da Páscoa fosse comemorado no domingo.
Durante o pontificado de Eleutério, Irineu escreve uma grande obra contra os gnósticos, a Adversus Haereses, onde descreve e contrapõe todas as escolas heterodoxas. Em Roma, Santo Eleutério, que converteu muitos nobres romanos à fé de Cristo, e enviou Damiano e Fugazio para a Grã-Bretanha, que batizaram o Rei Lucius, junto com sua esposa e quase todo o povo bretão.
Eleutério foi décimo terceiro Papa da Igreja Católica de 175 até 189, quando foi martirizado na Colina do Vaticano durante uma nova perseguição aos cristãos. Depois do martírio, ele provavelmente foi enterrado no Vaticano, perto do corpo de São Pedro.
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