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[big_first_char_text]Júlio nasceu em Puzol, Valência, Espanha, a 9 de Outubro de 1897 e foi batizado no dia seguinte (10 de Outubro) na paróquia dos Santos Juanes de Puzol. Era um dos nove filhos do casal Vicente Esteve e Josefa Flors.
Completou seus estudos no Seminário Seráfico, onde acabou vestindo o hábito capuchinho no convento dos Santos Adbón e Sené, de Ollería, a 15 de Setembro de 1913. Assumiu o nome religioso de Boaventura. Emitiu seus votos temporários a 17 de Setembro de 1914 e os votos perpétuos, a 18 de Setembro de 1918, em Orihuela.
Para dar continuidade aos estudos foi para Roma, onde doutorou-se em Filosofia na Universidade Gregoriana. Em 26 de Março de 1921, foi ordenado sacerdote, em Roma, pelo arcebispo de Filipos, Dom José Palica.
Ao voltar para sua Província, foi nomeado professor de Filosofia e Direito Canônico no Instituto de Teologia de Orihuela. Destacou-se também como pregador, conferencista, diretor espiritual, porém, sobretudo como homem de Deus. Dados que são confirmados pelo senhor Vicente Aguilar, habitante de Puzol: “Trabalhou especialmente no campo apostólico da pregação da palavra de Deus. As suas qualidades mais salientes eram uma grande bondade e a inteligência. Era muito humilde e mortificado”.
Com a perseguição religiosa, viu-se obrigado a abandonar o convento, levando uma vida de oração: “Enquanto esteve escondido - afirma o senhor Vicente Aguilar - não se queixava que Deus permitisse tais coisas, apesar de pressentir que era um tempo de martírio e perseguição para a Igreja, como o manifestou àqueles com quem conversava ou o visitavam. Apesar disso, mostrava-se sereno na sua vida de constante oração”.
Estava refugiado na casa de seus pais em Carcagente (Valência), de onde foi encontrado e preso pelo Comitê de Puzol, no dia 24 de Setembro de 1936, para prestar declarações.
Na noite de 26 de Setembro foi conduzido, junto com outros prisioneiros, ao cemitério de Gilet (Valência), onde foi assassinado às duas horas da madrugada. Antes de morrer, Fr. Boaventura declarou: “Vou receber a palma do martírio”. E, antes de ser executado, disse a seus executores: “Com a mesma medida com que medis agora, depois sereis medidos”. Terminada a guerra, estas mesmas palavras foram lembradas pelos seus executores, quando caíram nas mãos da justiça. “Agora sucede-nos o que nos disse o frade”.
A leiga Vicenta Esteve Flors, irmã de Fr. Boaventura, recorda que “ele comportou-se nos últimos instantes com a mesma serenidade de sempre e antes de ser fuzilado, deu a absolvição a uns treze detidos que foram transportados num caminhão, dentre eles seu pai e seu irmão.
Foi sepultado no cemitério de Gilet, numa fossa comum. Ao final da Guerra Civil seus restos mortais foram exumados e reconhecidos por sua irmã Vicenta e transladados ao panteão dos mártires do cemitério de Puzol. Atualmente repousam na capela dos mártires capuchinhos do convento de Madalena de Masamagrell.
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