Antoine Mekary | ALETEIA
[big_first_char_text]Em 28 de outubro de 1552 nasceu Simão de Rojas, em Valladolid, Castela (Espanha), filhos de uma fervoroso casal de cristãos. Constança, sua mãe, que instilou e fez brotar na alma de Simão o amor à Virgem Maria sempre foi devota de Nossa Senhora, juntamente com seu marido Gregório. Diz a lenda que Simão, quando pronunciou suas primeiras palavras tardiamente aos 14 meses, de maneira um pouco gaguejante, disse: “Ave Maria”. Era a oração que escutava constantemente entre seus pais.
Em 1564 entrou na Ordem trinitária, e doze anos depois emitiu seus votos religiosos em 28 de outubro de 1572. Estudou filosofia e teologia na universidade de Salamanca de 1573 a 1579. Em 1579 recebeu a ordenação sacerdotal e foi mandado para o convento de Toledo, onde ensinou filosofia e teologia de 1581 até a1587. Dentre seus alunos estava João Batista Rico, que se tornaria reformador da Ordem Trinitária. A partir de 1587 exerceu o ofício de superior conventual em diferentes conventos de sua província; foi também convidado a ser visitador apostólico duas vezes: na Província de Castela e na de Andaluzia e ministro provincial.
Foi requisitado pelo rei Filipe II para morar em Madri, onde viveu a partir de 1600. Tornou-se preceptor dos Infantes da Realeza Espanhola e confessor da rainha Isabel de Bourbon.
Simão de Rojas estava convencido que para todos serem de Deus como Maria, era preciso tornar-se seus servos, por isso instituiu em 1612 a Congregação dos Escravos do Docíssimo Nome de Maria. Para ele, ser escravo de Maria indicava uma pertença total a ela: “Totus tuus”, para unir-se mais intimamente com Cristo e, nele, pelo Espírito, com o Pai. A Congregação por ele fundada tinha caráter laico: podiam ingressar pessoas de todas as classes sociais. Os nobres, incluindo o rei e seus filhos, prometeram honrar Maria, auxiliando maternalmente seus filhos favoritos: os pobres. Seu trabalho ainda hoje existe na Espanha. Aquele que é considerado um dos maiores contemplativos de seu tempo, em sua obra: “A oração e sua grandeza” mostra que a dimensão ativa deve ser unida à dimensão contemplativa: as obras de misericórdia. Fiel ao carisma trinitário, promoveu o resgate de escravos, atendeu às muitas necessidades de necessitados, consolou os enfermos, desamparados e marginalizados de todos os tipos. Quando exerceu funções na Corte, fez com que fosse condição para continuar a se dedicar aos “seus” pobres, aos quais ajudava de mil maneiras.
Mandou imprimir milhares de imagens da Santíssima Virgem com a inscrição: “Ave Maria”, enviando-as também para o estrangeiro. Ele possuía coroas de rosário confeccionadas com 72 contas azuis em um cordão branco, símbolos da Assunção e da Imaculada Conceição, em memória, segundo a crença da época, aos 72 anos de vida de Maria e as espalhou por toda parte, inclusive na Inglaterra. Usando sua influência na Corte, ele teve a saudação angelical tão cara a ele gravada em letras douradas na fachada do palácio real de Madri: “Ave, Maria”.
Após sua morte em 29 de setembro de 1624, as honras fúnebres que lhe foram conferidas assumiram a aparência de uma canonização precoce. Durante 12 dias, os oratórios mais frequentados de Madri exaltaram as suas virtudes e santidade.
Impressionado pela veneração unânime que tributavam a Simão de Rojas, o Núncio Apostólico, alguns dias depois de sua morte, mandou que começassem os processos preliminares à sua beatificação. Clemente XII, em 25 de março de 1735 reconheceu a heroicidade de suas virtudes e Clemente XIII o beatificou em 19 de maio de 1766.
Enfim, no dia 3 de julho de 1988, o papa São João Paulo II incluiu no rol dos santos este grande servo de Maria e pai dos pobres.
[/big_first_char_text]