São Paulo Liu Hanzuo

Nascido numa cidadezinha na China do século XVIII, são Paulo conheceu a pobreza material e, ao mesmo tempo, a riqueza de ter nascido numa família cristã que lhe dispensou uma educação piedosa. Por ser muito pobre, ele não pôde frequentar a escola, pois seu tempo era absorvido pelo trabalho de pastorear o rebanho de ovelhas. Com a visita de um missionário cristão à sua família, ele sentiu que realmente era chamado pelo Senhor a se tornar padre; foi então que, com vinte e quatro anos de idade, decidiu se apresentar para ser admitido no seminário. Em virtude de suas grandes dificuldades nos estudos ele foi dispensado de estudar em latim, podendo receber as aulas em chinês. Pouco mais de dez após sua entrada no seminário, Paulo recebeu a ordenação. A presença de cristãos na China estava longe de ser um fato pacífico: havia sempre o risco de perseguições e prisões. Nesse ambiente de grandes dificuldades para a fé, padre Paulo foi destinado a trabalhar em alguns lugarejos situados ao longo do grande rio Yang-tsé; seus trabalhos pastorais no ministério eram desenvolvidos ao longo da noite, como medida de precaução contra possíveis perseguições; durante o dia ele se dedicava a vender verduras e outras mercadorias. Infelizmente, padre Paulo acabou sendo denunciado e, no dia 15 de agosto de 1817, enquanto celebrava a missa, foi preso – os testemunhos da época dizem que ele pediu aos seus captores a permissão para poder terminar a missa, antes de partir para a prisão; após ter tranquilamente terminado a celebração, ele foi conduzido ao cárcere, onde foi severamente fustigado. Em seguida, foi levado ao mandarim para interrogatórios, dando novamente provas de grande fé: se apresentou como sacerdote cristão e se disse disposto a não renunciar sua fé, aceitando a morte se necessário fosse. O mandarim o condenou à morte e a sentença logo foi cumprida: no dia 13 de fevereiro de 1818, padre Paulo foi estrangulado até a morte, testemunhando sua fé inabalável no Cristo Senhor. No dia 1º de outubro de 2000, são João Paulo II canonizou o mártir Paulo e mais um grupo de outros 119 santos mártires chineses.