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Santa Teresa de Jesus (Teresa de Ávila)

Virgem e doutora da Igreja (†1582)

TERESA

Public Domain

Santa Teresa nasceu no dia 28 de março de 1515, na cidade espanhola de Ávila. Dois anos após seu nascimento, um monge agostiniano alemão fixava suas 95 teses contra a venda das indulgências na porta de uma igreja em Wittenberg: seu nome era Martinho Lutero, o iniciador do movimento que ficaria conhecido como “Reforma protestante”. Teresa nasceu, portanto, num dos períodos mais difíceis da história da Igreja católica. De fato, quando ela entra no mosteiro carmelita em Ávila, a Regra que as monjas seguiam havia sofrido mudanças negativas, que levaram a um relaxamento na vida da comunidade monástica: havia um elevado número de irmãs, encontros em demasia no parlatório e uma desorganização na distribuição das tarefas do dia a dia, tornavam muito difícil a vida contemplativa. Foi assim que Teresa teve a intuição de fundar um mosteiro de clausura stricta. Em 1562, sua reforma tomou corpo numa pequena comunidade. Teresa, talvez a maior mística espanhola, compreendeu que diante das rupturas que a Igreja de seu tempo enfrentava a sua maior resposta devia consistir no ser filha e esposa fiel de Deus através da maior adesão possível à Regra religiosa à qual ela própria havia se submetido. Sua visão mística lhe permitiu viver a fé em grande plenitude: ela, de algum modo, havia intuído que estando continuamente ligada ao Senhor teria obtido dons de graça para a Igreja, que naquele momento sofria em seu corpo pela corrupção, pelas infidelidades, pelas traições e divisões provocadas pelos seus filhos. Teresa havia percebido que, assim como todo gesto de amor oferecido ao próximo sobe até o Senhor, da mesma maneira, todo gesto de amor oferecido ao Senhor recairia sobre o próximo. A pequena comunidade fundada por Teresa – chamadas de Carmelitas descalças – deram um tal testemunho que muitas jovens pediram para abraçar essa vida equilibrada de austeridade e alegria, rigor e suavidade, solidão e cordialidade. Aos poucos outros mosteiros são fundados sob a mesma inspiração: com 52 anos Teresa percorre as estradas de Castela, faça frio, chuva ou sol… em sua biografia narra os esforços que emprega na fundação de novos mosteiros: discute o preço dos terrenos, mantém relações políticas com autoridade locais para obter as necessárias autorizações, procura por válidos colaboradores… uma luta sem fim. Em 1567 encontra um jovem que estuda em Salamanca; havia sido ordenado presbítero há pouco e se preparava para se tornar monge. Era João de São Matias, o futuro São João da Cruz. Ao conhecer a proposta de Santa Teresa, ele decide tomar o hábito dos carmelitas descalços e acompanha a fundadora em suas viagens. Infelizmente, ao longo do caminho de Teresa, nem tudo são flores… Fortes perseguições se desencadeiam sobre os reformadores do Carmelo: Teresa se encontrará no olho do furacão. Apenas mediante a intercessão do Rei Felipe II e o apoio por parte do papa Gregório XIII, a reforma de Teresa tem continuidade. Ao morrer, Santa Teresa pode exclamar com alegria: “morro filha da Igreja”. Sua intuição e sua resistência foram impressionantes e imprescindíveis para a Igreja de seu tempo. Também hoje a Igreja aguarda por almas corajosas, capazes de amar e de enfrentar os desafios que a história atual propõe.

Em 1622 o papa Gregório XV a canonizou: apenas 40 anos haviam se passado desde sua morte. No dia 27 de setembro de 1970, o papa Paulo VI a proclamou Doutora da Igreja, uma das primeiras mulheres na Igreja a receber esse título.

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