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Oração do dia
Meditação do diadomingo 19 janeiro

Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!

Temos que explicar quem é esse que já está presente, e quais foram as motivações que levaram a descer até nós aquele que veio do céu. Ele diz com efeito: “Eis o Cordeiro de Deus”, Cordeiro que o profeta Isaías nos havia predito, dizendo: “Como um cordeiro levado ao matadouro, como uma ovelha diante do tosquiador, ficou em silêncio”. Cordeiro prefigurado já antes pela lei de Moisés. Só que então, a salvação era parcial e não derramava sobre todos sua misericórdia: era um tipo e uma sombra. Por outro lado, aquele cordeiro, enigmaticamente em outro tempo prefigurado, aquela vítima imaculada, é levada por todos ao matadouro, para que remova o pecado do mundo, para derrubar o exterminador da terra, para abolir a morte morrendo por todos nós, para cancelar a maldição que pesava sobre a humanidade, para finalmente anular a velha condenação: “És pó e ao pó voltarás”, para que ele seja o segundo Adão, não da terra, mas do céu, e se torne a origem de todo bem da natureza humana, como solução da morte introduzida no mundo, como mediador da vida eterna, como causa do retorno a Deus, como princípio de piedade e justiça, como caminho, finalmente, para o reino dos céus. E, de fato, um único cordeiro morreu por todos, preservando assim todo o rebanho dos homens para Deus Pai: um por todos, para submeter todos a Deus; um por todos, para ganhar a todos; enfim, para que todos “não vivam mais para si mesmos, mas para quem morreu e ressuscitou por eles”. Estando todos nós efetivamente envolvidos numa multidão de pecados e sendo, consequentemente, escravos da morte e da corrupção, o Pai deu seu Filho como resgate por nós, um por todos, para que todos subsistam nele e ele é melhor que todos. Um morreu por todos, para que todos vivamos nele. A morte absorvida pelo Cordeiro degolado por nós, também nele e com ele se viu necessitada de nos devolver a todos a vida. Todos nós estávamos em Cristo, que por nós e para nós morreu e ressuscitou. De fato, abolido o pecado, quem poderia impedir que ele abolisse a morte, consequência do pecado? Morta a raiz, como o tronco poderia ser salvo? Morto o pecado, que justificativa resta para a morte? Portanto, exultantes de alegria legítima pela morte do Cordeiro de Deus, lancemos o desafio: “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó inferno, o teu aguilhão?”.

São Cirilo de Alexandria
Lib. 2: PG 73,191-194
Patriarca de Alexandria, é doutor da Igreja (378-444).

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