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SOLENIDADE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO 

REI DO UNIVERSO

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Vatican Media / CPP / HANS LUCAS / Hans Lucas via AFP

A “Festa de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo” foi instituída pelo Papa Pio XI, em 11 de dezembro de 1925, com a Carta Encíclica Quas Primas

No início do século XX, o mundo ‒ que ainda estava se recuperando dos horrores da Primeira Guerra Mundial ‒ fora varrido por uma onda de secularismo e de ódio à Igreja, como nunca visto na história do Ocidente. O fascismo na Itália, o nazismo na Alemanha, o comunismo na Rússia e em diversos países do leste europeu, a revolução no México, anticlericalismos e governos ditatoriais se estabeleciam por toda parte. 

Os tempos apresentavam-se tão sombrios quanto os de hoje, e Pio XI, homem de muita praticidade, – ele havia fundado a Ação Católica já em 1922 – instituiu então essa Festa com o intuito de promover a militância católica e ajudar a sociedade a viver dos valores cristãos. 

O título de Rei poderia parecer um título ultrapassado e com forte conotação ideológica, pois igualaria Jesus aos senhores ricos e poderosos deste mundo. Para não dar margem a equívocos foi necessário destacar a descrição que o próprio Jesus fez dos Reis: “Os Reis das nações, diz Jesus, dominam sobre elas” (Lc 22,25). E a sua advertência: “Não seja assim entre vós” (Lc 22,26). E, todavia, Jesus diz-se Rei, confirmando, nesse domínio, as suspeitas de Pilatos (cf. Mc 15,2; Jo 18,37). Para entendermos o que Jesus quis dizer quando se afirmou Rei, é preciso saber como a Sagrada Escritura traça o perfil de um Rei. Dois enfoques podem ser dados para essa compreensão. No primeiro enfoque, o Rei é alguém muito próximo a Deus, completamente entregue às mãos de Deus, sempre atento a sua Palavra, de modo que deve ter, para seu uso pessoal, uma cópia da Lei de Deus, feita pela sua própria mão e deve lê-la todos os dias, nada fazendo por sua conta, mas sempre e só de acordo com a Palavra de Deus (Dt 17,18-19). No segundo enfoque, que complementa o primeiro, o Rei é alguém muito próximo do seu povo, sempre atento ao seu povo, de forma a orientá-lo para a prosperidade, bem-estar, saúde, paz, alegria, felicidade e salvação. Esse é o retrato completo de Jesus Cristo como Rei: sempre perto de Deus, sempre perto do povo. Nós estamos no Calvário. Jesus está pregado na cruz. Esse é apenas um pobre desgraçado. Onde estão os sinais da realeza? Ele não domina do alto do seu trono, está pregado numa cruz de madeira; não está rodeado de servos que o servem e que se inclinam a seus pés; não há soldados prontos a dobrar a cabeça às suas ordens; diante dele há pessoas que o insultam e fazem pouco dele; não se veste de hábitos luxuosos e está completamente nu. Não ameaça ninguém, mas usa palavras de amor e de perdão para com todos. É uma realeza contrária à concepção comum humana. A inscrição colocada na cruz proclama “Rei dos judeus”, mas trata-se aparentemente de um homem derrotado, incapaz de se defender, privado de qualquer poder. Um rei assim deita por terra todos os nossos projetos. Volta, então insistentemente, a pergunta: “Como é possível que seja esse o Messias prometido?”. Habituados a proclamar a “vitória da cruz”, corremos o risco de esquecer que o Crucificado nada tem que ver com um falso triunfalismo que esvazia de conteúdo o gesto mais sublime de serviço humilde de Deus para com as suas criaturas. A cruz não é uma espécie de troféu que mostramos a outros com orgulho, mas o símbolo do Amor crucificado de Deus, que através da cruz libertou a natureza humana da morte e do pecado, nos convidando assim a participar de seu Reino, ajudando a construí-lo na Terra, sendo o Cristo sua pedra angular.

Na Festa de hoje, o manto vermelho de Cristo assinala a realeza de Nosso Senhor, mas também nos recorda o sangue de tantos mártires cristãos de nossa história recente. Foram fiéis católicos que, ouvindo os apelos do sucessor de Pedro, não tiveram medo de entregar suas próprias vidas e de morrer aos brados de “Viva Cristo Rei!”.

A Festa de Cristo Rei era celebrada no último domingo de outubro. A reforma da liturgia no pós-Concílio Vaticano II passou a Festa para o último domingo do Ano Litúrgico, com o título de “Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo”.

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