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São Crisógono

Mártir († s. IV in.)

SEAGULL

Public Domain

Crisógono (cujo nome significa “nascido do ouro”) foi um soldado martirizado em Aquiléia, na atual Itália, provavelmente durante a perseguição de Diocleciano no século IV. Foi sepultado naquela cidade e passou a ser publicamente venerado pelos fiéis da região. Suas relíquias estão na catedral de Zadar.
As notícias sobre esse santo são, às vezes, contraditórias. Seu nome está inscrito no Martyrologium Hieronymianum em dois dias distintos, 31 de maio e 24 de novembro, dizendo que nasceu “em Aquiléia”. No entanto, no Martyrologium Romanum, está escrito: “No dia de seu aniversário Crisógono, após muito tempo sofrendo em cadeias e encarceramento por sua constante fé em Cristo, foi levado a Aquiléia por ordem de Diocleciano e, finalmente, decapitado e jogado no mar, sofrendo martírio”.
Segundo algumas fontes, Crisógono, homem de sólida fé cristã, exerceu o cargo de vigário em Roma por dois anos. Foi preso e confinado à casa de um certo Rufino por ordem de Diocleciano. A filha de Rufino, Anastasia, era casada com Publius, que se opunha ferozmente à nova religião. Anastasia secretamente levava ajuda aos cristãos presos. Através de uma boa velhinha, começou a se corresponder com Crisógono, recebendo dele palavras de conforto e encorajamento. Após a morte do marido, Anastasia foi capaz de desfrutar de uma relativa serenidade por um curto espaço de tempo. Enquanto isso, Crisógono, que havia convertido Rufino e sua família, foi convocado por Diocleciano para Aquiléia. O imperador, reconhecendo o valor de Crisógono, ofereceu a ele a prefeitura e o consulado, desde que ele renunciasse a ser cristão. Crisógono recusou-se indignado e, portanto, foi decapitado em 24 de novembro de 303, no Aquae Gradatae, um lugar atravessado pela Via Gemina, a cerca de 20 quilômetros de Aquiléia.
Seu corpo foi abandonado à beira-mar, perto de uma propriedade chamada Ad Saltus, onde três cristãos chamados Chione, Ágape e Irene, moravam com o velho pai Zoilo. Estes, tendo reunido o corpo e a cabeça truncada de Crisógono, deram ao mártir um enterro digno em um nicho sob a casa deles..
Segundo outras fontes, São Crisógono era amigo dos irmãos São Canzio, Canziano e Canzianilla, foi martirizado e enterrado nas Aquae Gradatae pouco mais de um mês após sua chegada a Aquiléia.
Segundo ainda mais outras fontes, o santo era um bispo. De fato, entre o final do III e o início do século IV, viveram dois bispos com o nome de Crisógono, que dirigiram a comunidade cristã de Aquiléia. O culto a São Crisógono também foi fortemente sentido em Roma, onde existia um Chrysogoni titulus, em Trastevere, documentado desde o século V.
No entanto, ainda é impossível saber com certeza se o Crisógono do Titulus Trasteverino é o mártir de Aquiléia ou um romano de mesmo nome, de quem, além disso, nada se sabe.
A respeito disto é preciso notar que a igreja de São Crisógono em Trastevere, Roma, retém as relíquias da mão e da calota craniana (obviamente de São Crisógono), que lá chegou no século XV, foi removida pela primeira vez em 1846 e retornou em 1850. Guardada num relicário, foram roubadas nos anos 60 daquele século e encontradas alguns dias depois, talvez abandonadas pelos mesmos ladrões sacrílegos, em Santa Maria em Trastevere. Atualmente, estão visíveis no altar-mor de São Crisógono.
São Proto também foi enterrado no mesmo cemitério que os Canziani e Crisógono, isso é na vasta necrópole que se estendia pelos lados da Via Gemina, artéria que liga Aquiléia a Trieste. Em São Canzian d’Isonzo, na capela de São Proto, é preservado um sarcófago vazio do século IV, sobre o qual está gravada a inscrição Beatissimo Martyri Chrysogono. Na mesma capela, há também o sarcófago (vazio) de São Proto.
O culto a São Crisógono é muito conhecido. Seu túmulo é local de peregrinação e visitado por multidões de peregrinos desde o século IV. Também temos várias obras de arte representando São Crisógono: um afresco dos Santos Proto e São Crisógono é encontrado na capela acima mencionada de São Canzian d’Isonzo. Os dois santos também estão representados nos mosaicos de Sant’Apollinare Nuovo, em Ravenna. Uma esplêndida pintura de São Crisógono a cavalo é encontrada na igreja de São Trovaso, em Veneza, cujo autor da obra de arte (feita antes de 1450) é o artista Michele Giambono. Na pintura, o santo é representado como um cavaleiro que cruza preguiçosamente uma floresta sombria, ao longo de uma pista sinuosa e irreal.

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