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Beato Raimundo Lúlio 

Religioso da Ordem Terceira de São Francisco  († 1316)      

kobieta modli się z Pismem Świętym przy stole

New Africa | Shutterstock

Raimundo nasceu em Palma de Maiorca, Espanha, pouco tempo depois da conquista de Maiorca pelo rei dom Jaime I de Aragão. Não se sabe a data exata do seu nascimento, mas calcula-se que ocorreu entre fins de 1232 e começos de 1233. Raimundo era filho de uma família de boa situação financeira: seus pais eram Ramon Amat Lúlio e Isabel d’Erill. O local de seu nascimento foi determinante para Raimundo, pois Maiorca era uma encruzilhada, na época, das três culturas: cristã, islâmica e judaica. 

Ele se casou com 22 anos com Blanca Picany, da qual teve dois filhos: Domingos e Madalena. Mais tarde, em 1262, tornou-se terciário franciscano.

Em 1275, depois de uma experiência mística, da qual saiu com o duplo propósito de preparar-se para o magistério e para dedicar-se à conversão dos infiéis. Diante das insistentes queixas de sua esposa, abandonou definitivamente a família. Estava na casa dos trinta anos. Deixou tudo e começou furiosamente a estudar: filosofia, teologia, língua árabe. 

Viajou muito. Foi oito vezes a Roma e o propósito da sua existência era somente um: difundir o cristianismo entre os muçulmanos presentes nas Ilhas Baleares, mas também ir pregar na África. Foi um dos primeiros a entender que é preciso conhecer bem a cultura dos povos que se quer evangelizar.

Em primeiro lugar, fundou um colégio para os franciscanos estudarem árabe. Sugeriu a Roma métodos de formação missionária que mais tarde foram adotados pela Propaganda Fide. Escreveu tratados de filosofia e teologia, em latim e poemas em catalão.

Pouco depois partiu para o Oriente Médio (Chipre, Rodes, Síria, Palestina) tentando atingir os cristãos do Oriente e do Ocidente, os “gregos” e os “latinos”. 

Foi ao norte da África para tentar converter os muçulmanos, falando a língua deles. Preparou-se para tal empresa escrevendo um tratado sobre a busca comum da verdade. Escreveu também poemas em sua língua nativa, mas com versos árabes. Foi recebido pessoalmente pelo califa de Túnis. No entanto, fracassou o empreendimento, assim como suas tentativas de reconciliação entre os cristãos.

Humanamente falando, parecia que tudo dava errado. Sua escola de língua árabe também fechou depois de vinte anos. No entanto, nenhum fracasso o abalou. No Concílio de Viena (1311-1313) ele propôs fundir todas as ordens de cavaleiros cristãos em uma única, mas a ideia não foi aceita. Mais tarde, ele seria chamado de Doctor illuminatus pela posteridade, mas seus contemporâneos não parecem apreciar suas luzes. Era um homem à frente de seu tempo. Deixou um conjunto de mais de duzentas e cinquenta obras escritas em catalão, árabe e latim.

Em 1314, aos 82 anos, Raimundo viajou novamente para o norte da África, onde foi apedrejado por uma multidão enfurecida de muçulmanos, em Túnis. Os mercadores genoveses o levaram de volta a Maiorca, onde faleceria no ano seguinte. Embora a data tradicional de sua morte seja 29 de junho de 1315 e seus últimos escritos datem de dezembro de 1315, pesquisas recentes apontam para o primeiro trimestre de 1316 como a data de morte mais provável.

Foi beatificado pelo Papa Pio IX, em 1847.

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