Bem-aventurado Inácio Falzon

Sua família era abastada: tanto seu pai, quanto seu avô eram advogados e gozavam de grande fama em La Valleta, uma localidade da ilha de Malta. Inácio nasceu no dia 1 de julho de 1813 e teve uma infância bastante tranquila. Com vinte anos de idade, seguindo as pegadas paternas, ele tirava seu diploma em “utroque iure”, isto é, nos dois campos do direito: direito civil e direito eclesiástico. Apesar disso, ele não pensa em seguir carreira em nenhum desses dois campos. Sente-se profundamente indigno de exercer o ministério sacerdotal e por esse motivo, aceita apenas as “ordens menores”, como eram então chamados os ministérios. Sente-se muito atraído pela pregação e pela catequese, exercendo seu apostolado de maneira incansável: visita com frequência o destacamento de soldados britânicos que, na preparação para entrarem na guerra da Crimeia, se aquartelam na ilha de Malta. Para poder levar o evangelho, aprende o inglês e chega a convencer alguns amigos para que o ajudassem na empresa, afinal, o grupo de soldados contava com quase 20 mil homens. Consegue organizar encontros de oração e de catecismo para os soldados. Sua pregação era tão eficaz que até mesmo soldados protestantes se aproximavam para ouvir Inácio. A história diz que mais de seiscentos soldados protestantes abraçaram a fé católica, graças à ação de Inácio e companheiros. No dia de seu aniversário, com apenas 52 anos de idade, Inácio morre vitimado por um infarto. Imediatamente se acresce em torno dele um círculo de veneração e de fiéis que reconheciam nele os sinais da santidade. De fato, São João Paulo II o beatificará no ano de 2001, proclamando o Bem-aventurado Inácio Falzon como o “clérigo missionário” que, alimentando-se da Eucaristia e apoiando-se em Maria, conseguiu conduzir à fé tantas pessoas.