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Bem-aventurados quatro mártires de “El Chamical”

Mártires (†1976)

CROSS

Public Domain

Nos anos 70 a situação política na Argentina estava muito conturbada; em 1976 uma junta militar assume o controle do governo e começa uma onda de repressão contra os oposicionistas. Contra essa situação de violência se elevou a voz de Monsenhor Henrique Angelelli, bispo de La Rioja desde o ano de 1968. Partindo da inspiração do Concílio Vaticano II, este bispo convidou os fiéis a seguirem na própria vida os mesmos passos de Jesus, procurando dar alento aos pobres e aos injustiçados. Muitos começaram a ficar animados com a pregação do bispo como, por exemplo, o Padre Gabriel Longueville, um sacerdote da diocese de Viviers trabalhando como missionário “fidei donum” na Argentina. Esse padre foi trabalhar na diocese de Dom Henrique, assumindo a Paróquia do Salvador numa localidade conhecida como “El Chamical”. Em 1975, outro Padre foi enviado para trabalhar com Padre Gabriel: era o frei Carlos de Dios Murias, franciscano dos frades menores. Seguindo o exemplo do bispo, nas homilias denunciavam as injustiças do regime. Também outras associações laicais procuravam seguir as indicações do seu bispo, como foi o caso do Movimento Rural da Ação Católica Argentina. Fazia parte desse movimento o leigo Venceslau Pedernera, casado e pai de três filhas. Sua dedicação à Igreja e ao movimento era interpretada pelo regime como uma ação de oposição e que, portanto, deveria conhecer um basta. Na noite de domingo de 18 de julho de 1976, Padre Gabriel e Padre Carlos estavam jantando na casa das Irmãs de São José. Alguém bateu à porta; era um destacamento da polícia federal. Padre Carlos deveria acompanhá-los para testemunhar em favor de alguns detentos. Padre Gabriel ao saber da intenção dos policiais, imediatamente se ofereceu para acompanhar Padre Carlos: seu destino estava selado. Ambos foram conduzidos para a base aérea de “El Chamical”. Aí foram torturados e, em seguida, conduzidos a um local onde foram sumariamente fuzilados. Seus corpos foram encontrados três dias depois por operários da ferrovia. Por outro lado, Venceslau havia sofrido várias ameaças em virtude de seu trabalho com os camponeses. Na madrugada de 25 de julho de 1976, ouviu que alguém batia à porta, saindo da cama foi verificar quem era. Ao abrir a porta, quatro homens encapuzados dispararam contra ele à queima roupa, na frente da mulher e das filhas. Foi levado ao hospital, mas logo em seguida faleceu. Em 4 de agosto de 1976 foi a vez de Dom Henrique Angelelli: voltando de carro de “El Chamical”, onde havia se dirigido para presidir a missa em sufrágio pelos dois padres e por Venceslau, seu carro foi alcançado por outro veículo em havia três militares a bordo. Ao se aproximar, o veículo com os militares investiu contra o carro do bispo, empurrando-o para um precipício. Naquele momento, as autoridades afirmaram que se tratara de um acidente, mas um 2010 as investigações determinaram que se tratou de um deliberado gesto criminoso. A beatificação desse quatro mártires ocorreu no dia 27 de abril de 2019 numa cerimônia realizada em “El Chamical” e presidida pelo representante do Papa, o Cardeal Giovanni Angelo Becciu, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos.

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