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O sinal de Jonas

Deus deu mostras de paciência diante da fraqueza humana porque antevia a vitória que um dia se daria por meio de seu Verbo; porque quando “a força se realiza na fraqueza”, o Verbo revela a bondade de Deus e seu magnífico poder.
Na verdade, ao homem aconteceu como no profeta Jonas. Deus permitiu que ele fosse engolido por um monstro marinho não para desaparecer e morrer, mas para que depois de ser vomitado pelo monstro, fosse mais submisso a Deus e glorificasse mais aquele que inesperadamente lhe deu a salvação.
Foi também para que os ninivitas chegassem a um firme arrependimento e levá-los a conversão àquele que os libertaria da morte, movidos como estavam pelo sinal realizado em Jonas... Da mesma forma, Deus permitiu desde o princípio que o homem fosse engolido pelo grande monstro, autor da desobediência, não para que desaparecesse e perecesse totalmente, mas porque Deus preparava antecipadamente a salvação realizada por seu Verbo através do “sinal de Jonas”. Esta salvação foi preparada por aqueles que teriam os mesmos sentimentos que Jonas e os confessassem nestes termos: “Eu sou o servo do Senhor; Eu adoro o Senhor Deus do céu, que fez o mar e a terra firme”.
Deus quis que o homem ao receber dele a salvação inesperada, ressuscitasse dos mortos e glorificasse a Deus dizendo como Jonas: “Na minha angústia eu clamei ao Senhor meu Deus e ele me respondeu no seio do sheol”. Deus quis que o homem permanecesse sempre fiel para glorificá-lo e que lhe desse graças continuamente pela salvação que recebeu dele.

Santo Irineu de Lyon
Contra as heresias III, 20, 1
Bispo, teólogo e mártir († c. 208)

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