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São Junípero Serra Ferrer

Frade franciscano (†1784)

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Public Domain

Batizado com o nome de Miguel José, Junípero nasceu em Petra, na ilha de Maiorca, Espanha, no dia 24 de novembro de 1713, filho de Antônio Serra e Margarita Ferrer.
Frequentou a escola anexa ao convento franciscano e ao mesmo tempo ajudou a família no trabalho dos campos. Quando jovem, respondendo à sua vocação, foi para a cidade de Maiorca para entrar na Ordem Franciscana. Em 15 de setembro de 1731 ele fez sua profissão religiosa, tomando o nome de Frei Junípero, em homenagem a um dos primeiros companheiros de São Francisco de Assis.
Por dezoito anos viveu todas as realidades franciscanas do arquipélago, tornando-se sacerdote, pregador, professor de filosofia e teologia na Universidade Luliana. Seu sucesso espiritual deveu-se à sua pregação, especialmente durante a Quaresma.
No início de 1749, aos 35 anos, em obediência a um chamado interior, deixou Maiorca para ser missionário na América, juntamente com um discípulo, Francesco Palóu, que permaneceu próximo a ele durante toda sua vida.
Em 18 de outubro de 1749 seu navio ancorou em São João de Porto Rico e em 7 de dezembro aportou em Veracruz. Continuou a viagem a pé até a Cidade do México, onde, na manhã de 1 de janeiro de 1750, foi recebido pelos franciscanos do Colégio Apostólico de San Ferdinando, localizado perto da capital.
Depois de cinco meses de preparação para se tornar missionário entre os índios, ele partiu, juntamente com o Palóu, para a Sierra Gorda, chegando em Jalpán no dia 16 de junho de 1750. Teve aulas com um governador nativo da língua Pame, falada no local, e assim pôde começar sua pregação para o índios na língua deles: traduziu orações ordinárias, o catecismo e educou-os para o trabalho. Com a ajuda deles, pôde construir um templo de pedra em Santiago de Jalpán, em estilo barroco, de atual interesse arquitetônico, que serviu de modelo para a construção de quatro igrejas em outras missões.
Ocupou de 1758 a 1767 várias posições, incluindo a de superior nas cinco missões de Sierra Gorda, até que seus superiores o enviaram ao Texas para reconstruir a missão de San Saba, destruída pouco antes pelos Apaches. Posteriormente, o escritório foi desativado devido ao grande risco que se expunha, de modo que Junípero voltou a ocupar seu posto no Colégio Apostólico de San Ferdinando como mestre de noviços e pregador das missões em várias dioceses mexicanas.
Em junho de 1767, os jesuítas foram expulsos das possessões espanholas e as missões da Baixa Califórnia foram confiadas aos franciscanos. Padre Junípero, nomeado superior, juntamente com outros 14 companheiros chegaram a Baja Califórnia em 1 de abril de 1768. Depois de apenas dois anos, diante de condições mais favoráveis, pôde estabelecer a primeira missão de San Diego, em 16 de julho de 1769.
Foi depois para a região de Alta Califórnia, fundou as missões de São Carlos de Monterey (depois transferidas para as margens do rio Carmel); de Santo Antônio, 14 de julho de 1771; de São Gabriel (agora incluída na grande cidade de Los Angeles), em 8 de setembro de 1771; de São Luís Obispo, 1 de setembro de 1772.
Devido a um desentendimento com um comandante militar retirou-se, a pé, de volta ao Colégio de São Ferdinando, no México. Permaneceu lá até 13 de março de 1774, quando retornou primeiro a San Diego e depois ao Carmelo de Monterrey, onde teve um período de relativa tranquilidade, enquanto a evangelização de toda a península californiana continuava lentamente, mas firme. Dirigiu pessoalmente o trabalho de reconstrução da missão de San Diego destruída pelos índios. Em 1º de agosto de 1776, fundou a missão São Francisco, em 1º de novembro a de San Juan Capistrano e em 7 de janeiro de 1777 a de Santa Clara.
O Papa Clemente XIV concedeu-lhe o privilégio de administrar o sacramento da Confirmação por dez anos, no final dos quais o número de confirmações de todas as suas missões visitadas foi de 5.309.
Em 1782, fundou a última missão de São Boaventura, realizada em novos territórios, e em seguida, retirou-se para o Carmelo de Monterrey, sempre com seu fiel discípulo Palóu (que mais tarde escreveu sua vida aventureira como testemunha ocular) e lá morreu em 28 de agosto de 1784, cercado de confortos religiosos e enterrado na igreja missionária.
Foi um gigante de evangelização: só na Califórnia em dezessete anos, de 1767 a 1784, percorreu cerca de 9900 km e 5400 milhas de navegação, suportando, apesar de sua idade e enfermidades, as duras e desconfortáveis condições de longas viagens no mar, nos rios e acima de tudo a pé. Fundou nove missões das quais derivam os nomes de importantes cidades californianas, como São Francisco, San Diego, Los Angeles e outras, é considerado o pai dos índios e homenageado como herói nacional: a partir de 1 de março de 1931 sua estátua foi erigida no Hall do Congresso de Washington como representante do Estado da Califórnia.
Foi beatificado em Roma, dia 25 de setembro de 1988, pelo Papa João Paulo II e canonizado em Washington, na Basílica do Santuário Nacional da Imaculada Conceição, dia 23 de setembro de 2015, pelo Papa Francisco.

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