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São John Henry Newman

Cardeal (†1890)

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Public Domain

Era de estatura alta e magro. Seus olhos tinham uma cor cinza-escura e denotavam uma inteligência acima da média. Seus cabelos constantemente desalinhados, deixavam intuir a rebelião de seu interior riquíssimo. Diz-se que com apenas dez anos de idade já se sentia chamado a servir a glória de Deus. Esse era John Henry Newman, um jovem londrino nascido no dia 22 de fevereiro de 1801, filho de um banqueiro anglicano e de uma mãe descendente ainda de huguenotes franceses. Em 1824, após os estudos num dos melhores colégios de Londres, Newman foi ordenado padre anglicano e seguiu na carreira acadêmica, tornando-se professor tutor. Aos 27 anos de idade foi nomeado pároco da igreja de Santa Maria de Oxford e, nesse período, começou a publicar seus primeiros estudos na área de patrologia e história eclesiástica. Era um jovem destinado ao sucesso, mas internamente, um pensamento corroía sua consciência cristã: como seria possível a Igreja Anglicana, fundada por um rei adúltero, Henrique VIII, ser a verdadeira Igreja de Cristo? Em 1833 o jovem padre empreende uma viagem para a Itália. Em Roma sentiu os preconceitos anglicanos que carregava dentro de si contra a Roma papal, mas, ao mesmo tempo, sentia o fascínio que a Sé Apostólica exercitava em sua consciência de historiador e de cristão em busca da verdade. Prosseguiu sua viagem e chegando na ilha da Sicília, caiu doente a ponto tal que se acreditava perdido. Um dos funcionários que o acompanhavam pediu que ele fizesse seu testamento, mas ouviu de Newman: “Não morrerei: nunca cometi pecado contra a Luz. Tenho uma tarefa a fazer na Inglaterra”. De fato, sem que ninguém esperasse, ele ficou curado e retomou sua viagem de retorno. Ao voltar para Oxford, reuniu em torno de si um grupo para discutir pontos fundamentais da Igreja Anglicana. As discussões se tornaram conhecidas e começaram a chegar acusações contra o grupo. A mais contundente era de que eram “papistas”. O fascínio pelos antigos textos dos Padres da Igreja estimulava Newman a continuar em suas buscas. No dia 24 de setembro de 1843 fez sua última pregação na igreja. Descendo do púlpito, tirou suas roupas de padre anglicano e as depositou sobre a balaustrada da igreja: deixava de ser anglicano. Seguiu um longo período de meditação e no dia 8 de outubro de 1845, John Henry Newman pronunciava seus votos de abjura ao anglicanismo, tronando-se efetivamente católico. Muitos de seus admiradores o seguiram. Enviado para Roma, Newman ingressou no Colégio de Propaganda Fide e aí completou seus estudos teológicos. No dia 26 de maio de 1847 recebeu a ordenação sacerdotal e, encorajado pelo Papa Pio IX, voltou para a Inglaterra, para fundar o “Oratório de São Felipe Neri”. Muitos revezes se apresentariam a Padre Newman nessa retomada do catolicismo na Inglaterra, mas ele não se deixou abater. Fiel à Igreja católica, iniciou uma grande empresa de defesa da fé católica, escrevendo diversos volumes para esse fim. Muitos começaram a nutrir simpatia e admiração por esse padre que vivia na modéstia e respondia a seus opositores com o perdão e com as orações. Diante de sua atividade pastoral e intelectual tão intensa, o Papa Leão XIII o criou cardeal em 1879. Viveu ainda onze anos, na mais pura simplicidade, irradiando luz por meio de seus escritos. Faleceu em 1890. Em seu túmulo foram gravadas as palavras “Ex umbris et imaginibus in Veritatem”, isto é, “Das sombras e das figuras à verdade”. Foi canonizado no dia 13 de outubro de 2019, no Pontificado do Papa Francisco.

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