Antoine Mekary | ALETEIA
Luís IX nasceu em Poissy, França, no dia 25 de abril de 1214. Era filho do rei Luís VIII e da rainha Branca de Castela. Foi rigidamente educado por sua mãe e por ela encaminhado à santidade.
Embora Luís, aos quatro anos de idade, tenha se tornado herdeiro do trono após a morte de seu irmão mais velho Felipe, não há notícias dele até pelo menos 1226. Com a morte do seu pai em 8 de novembro de 1226, Luís IX subiu ao trono aos 12 anos de idade. Foi sagrado na catedral de Reims, em 30 de novembro do mesmo ano. Por testamento de Luís VIII, a mãe do jovem monarca assumiu a regência de França com o título de “baillistre”, isto é, guardião da tutela do rei.
Luís atingiu a maioridade a 25 de abril de 1234 mas, continuou a manter a mãe numa posição de confiança e poder. Os historiadores costumam definir o ano da maioridade de Luís como aquele em que ele passou a governar mais tradicionalmente como rei, relegando a mãe para um papel mais de conselheira, se bem que continuou a ser uma poderosa força política até a sua morte, em 1252. Branca de Castela escolheu uma esposa para seu filho, Margarida de Provença, e o casamento foi realizado pouco depois do rei completar 20 anos. Seu reinado foi um período de paz e prosperidade para a França, mas também de excepcional zelo religioso, com a intenção de conduzir o povo francês à salvação da alma. Luís não negligenciava o cuidado aos pobres, proibiu o jogo e a prostituição e punia a blasfêmia. As punições estipuladas eram tão rigorosas que o papa Clemente IV julgou ser necessário atenuá-las.
O monarca francês era zeloso da sua missão de “lugar-tenente de Deus na Terra”, da qual fora investido na sua coroação, em Reims. De forma a cumprir este dever organizaria duas cruzadas e, apesar de ambas terem fracassado, contribuíram para o seu prestígio. Os seus contemporâneos não teriam compreendido se um rei tão poderoso e piedoso não fosse libertar a Terra Santa. Quando foi descrito como demasiado liberal para os pobres, respondeu: “Prefiro que os meus gastos excessivos sejam constituídos por amor luminoso a Deus, e não por luxo para a glória do mundo”.
Toda a sua vida ele sonhou em poder libertar a Terra Santa dos turcos. Uma primeira cruzada promovida, foi marcada pelo fracasso. O exército cristão foi derrotado e dizimado por uma epidemia. O rei caiu prisioneiro e sua fé foi o único resultado da expedição. As virtudes do rei impressionaram profundamente os muçulmanos, que o representarão como o “justo sultão”.
Em uma segunda Cruzada ao Oriente o rei faleceu, 25 de agosto de 1270, vítima de febre tifoide, em Tunes, atual Tunísia. Seu corpo foi levado para França por seu filho e sucessor Filipe, com exceção das entranhas: algumas destas foram enterradas na atual Tunísia, onde ainda é possível hoje em dia visitar um túmulo de São Luís. Outras foram destinadas à abadia de Monreale, na Sicília, a pedido do seu irmão Carlos I da Sicília.
Luís IX foi, frequentemente, considerado o modelo do monarca cristão ideal. Devido à aura de santidade ligada à memória de Luís IX, muitos mais reis da França se chamariam Luís, especialmente na dinastia de Bourbon (Luís XIII a Luís XVIII).
Seu túmulo começou a ser local de intensa romaria, onde se observaram vários milagres. Assim, em 11 de julho de 1297, o Papa Bonifácio VIII o declarou São Luís IX, Rei da França, mantendo o culto no dia de sua morte.
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