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Santa Maria Egipcíaca

Eremita (+V século)

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A vida dessa santa chegou a inspirar um poeta da estatura de Manuel Bandeira. Em nosso mundo, dedicado à busca da felicidade nos prazeres, na sexualidade, santa Maria Egipcíaca aparece como uma espécie de parábola moderna, que comunica aos homens e mulheres de hoje uma mensagem de esperança e de felicidade para além da “cena deste mundo”. Pelos relatos da época, Zózimo, um monge que vivia na região da Palestina, conforme seu costume, foi viver uma parte da Quaresma no recolhimento e na solidão. Procurando imitar o Cristo, que fora impelido pelo Espírito para o deserto, também ele vai para um ermo buscando seguir os passos do mestre. Chegando a determinado lugar, foi tomado pelo susto. Num primeiro momento acreditou estar diante de uma alucinação, pois viu uma mulher sozinha, com a pele crestada pelo sol, tendo por veste apenas seus longos cabelos brancos. Após o susto inicial, ele decide se aproximar para conversar com essa mulher, mas ela não lhe permite acercar-se para conversar, enquanto Zózimo não lhe jogasse seu manto para que ela cobrisse sua nudez. Uma vez vestida, Maria começa a narrar sua história para Zózimo: nascera no Egito, e bem jovem decidiu abandonar a casa paterna. Fora então viver em Alexandria, onde transcorreu uma vida na prostituição. Teria vivido assim por dezessete anos, até que vendo um grupo de peregrinos que embarcava para Jerusalém, decidiu, movida pela curiosidade e pela sede de aventuras, se unir ao grupo. Para o pagamento de sua passagem venderia seu corpo, como estava acostumada a fazer. Estando em Jerusalém, no dia da Festa de Santa Cruz, ela quis entrar, como todos faziam, na basílica do grande conjunto arquitetônico que o imperador Constantino havia mandado edificar um século antes, para honrar o local da crucifixão e da ressurreição do Senhor. Todavia, sempre que ela tentava entrar, uma força interior a impedia. Era como uma voz interior que lhe dizia: “Não és digna de aqui entrar”. Compreendeu que necessitava mudar de vida. Foi para o rio Jordão e descobriu o santuário dedicado à são João Batista, aí entrou em oração e, em seguida, desceu até o rio para se banhar e purificar. Depois disso recebeu a comunhão e começou sua longa jornada no deserto numa vida solitária, dedicada à oração. Até o momento daquele encontro com Zózimo, Maria havia vivido quarenta e sete anos na solidão, diante de Deus, no deserto. Terminado seu relato, combinou com Zózimo de se encontrarem no ano seguinte na Quinta-feira Santa para que ela pudesse comungar. Assim aconteceu. Novamente combinaram de se encontrar no ano seguinte, mas o que Zózimo encontrou, no dia combinado, foi corpo sem vida de Maria, revestido ainda com o velho manto que ele lhe dera anos antes. Uma escrita no chão revelou a Zózimo o que deveria fazer: “Padre Zózimo, enterra o corpo da humilde Maria; restitui à terra o que é da terra, junta o pó ao pó e, em nome de Deus, intercede por mim; morri no mês de farmouti, para os egípcios, para os romanos, no mês de abril, na noite da Paixão do Salvador, depois de ter participado no banquete místico”. Maria foi enterrada e Zózimo narrou a história para todos os seus coirmãos no mosteiro, que perceberam a grande santidade dessa mulher.

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