Santa Maria Madalena Postel

Nasceu em 1756 em Blafeur, uma pequena aldeia de pescadores na costa da Normandia. Ao ser batizada, recebeu o nome de Júlia. Seus pais, tendo algumas posses, a enviam para estudar com as Irmãs Beneditinas. Num primeiro momento parece despertar na jovem Júlia a vocação para a vida Beneditina, mas aos poucos vai percebendo que Deus a chama para outros horizontes. A situação econômica e social desse período faz surgir uma quantidade de jovens, particularmente as moças, condenados, em virtude da pobreza, à ignorância e à inferioridade. Pensando nisso, Júlia começa um movimento a fim de criar uma escola para as jovens de sua aldeia: oferece os primeiros estudos, aulas de economia doméstica e a catequese. Por causa da Revolução francesa, estoura uma perseguição contra a Igreja. Com a fuga e a vida clandestina do clero, Júlia se vê na necessidade de guardar todas as alfaias das igrejas. O bispo da região chega mesmo a encarregá-la de custodiar a Eucaristia em sua casa, a fim de que ela possa levar a comunhão para os doentes. Mulher empreendedora, organiza as missas clandestinas e forma grupos de catequistas pensando que quando a Revolução passasse, essa seria uma forma útil para reorganizar a Igreja local. De fato, ao voltar a calmaria, ela abre uma escola na região de Cherbourg e conta agora com a ajuda de duas companheiras e do clero local. No ano de 1806 ela e as duas companheiras fazem seus votos religiosos perante o bispo e dão origem à Congregação das Filhas da Misericórdia. Ela tomará o nome religioso de Irmão Maria Madalena e, inspirando-se no exemplo das Escolas Cristãs, começa o grande trabalho de instrução e formação cristã da juventude. Aos poucos a Congregação vai se ampliando e seu método de trabalho (propor uma escola sem castigos físicos, novidade absoluta para a época) vai conquistando cada vez mais credibilidade e adesões. Com o passar dos anos, Roma solicita que uma casa seja aberta também na cidade eterna. Madre Maria Madalena, depois de tantos anos entregue a trabalhos, jejuns, vigílias e orações recebe a morte com um sorriso: falece com a venerável idade de 90 anos e imediatamente todos a chamam de “santa”. De fato, Pio XI fará sua canonização em 1925. Seus restos mortais repousam em Saint-Sauveur.