São Francisco Regis Clet

Era chamado pelos seus alunos de “biblioteca viva”, tal era sua capacidade intelectual. Desde a idade de 21 anos, Padre Francisco pertence à Congregação da Missão (Lazaristas), grupo religioso fundado em Paris por São Vicente de Paula. Com 40 anos de idade, seus superiores o convidam a ser superior no Seminário dos Lazaristas em Paris: nessa posição ele viverá todo o drama da Revolução francesa. Em 1791, com 43 anos de idade, pede para ser missionário: deseja ir para a China. Seus superiores atendem seu pedido. Após uma viagem de cinco meses, Padre Francisco chega em Macau; aí começa seu processo de inculturação antes de entrar no imenso território chinês. Em princípio, o cristianismo encontra certo favor na corte dos imperadores, mas por causa de vários elementos, a situação começa a mudar: cresce enormemente a desconfiança em relação ao Ocidente. Para piorar a situação, os jesuítas não existem mais: em 1773, Papa Clemente XIV havia suprimido a Companhia de Jesus, que tantos trabalhos havia feito na China. Em alguns ambientes chineses cresce um verdadeiro sentimento anticatólico. É nesse ambiente explosivo que Padre Francisco chega: ele, que era uma biblioteca vivente, deve fazer os trabalhos mais humildes e muitas vezes se vê na situação de se tornar clandestino para sobreviver perante as perseguições que começam um pouco em toda a China. Mas em 1819, um cristão renegado o denuncia por dinheiro: Padre Francisco é preso; tem 71 anos de idade. A tortura, o cárcere… nada quebra seu espírito: continua se declarando sacerdote e missionário católico. Chega o martírio: é enforcado numa espécie de cruz. Suas “últimas palavras” foram um sorriso silencioso que deixou seus algozes estupefatos. Após quase quarentas anos de sua morte, seus restos mortais foram transportados para Paris, onde jaz sepultado na capela dos Padres da Missão. São João Paulo II o canonizou no ano 2000.