Santos Abraão e Coren

Os Santos Abraão e Coren eram sacerdotes da igreja Armênia e tinham suas respectivas esposas. Com efeito, nessa antiga tradição oriental, os sacerdotes podem ser homens não celibatários. Esses dois sacerdotes estiveram presentes num sínodo muito importante para a igreja Armênia: em 450, diante da proposta do rei da Pérsia de todos abandonarem a fé cristã, os cristãos responderam em uníssono que preferiam antes a morte. No ano seguinte vieram os soldados do imperador para cumprir a sentença do rei. Muitos armênios foram para a guerra, com a finalidade de salvaguardar sua fé. Infelizmente muitos morreram mártires e outro número elevado de cristãos foram conduzidos como prisioneiros de guerra. Entre estes estavam Abraão e Coren. Por três anos estiveram na prisão, na cidade de Nisapur. Depois, foram convidados a adorar a divindade persiana do sol: diante da rejeição de Abraão e Coren, o juiz ordenou que fossem arrastados pelas ruas da cidade, em seguida mandou cortar as orelhas dos dois mártires e, finalmente, os condenou a trabalhos forçados na Mesopotâmia. Após sete anos de trabalhos forçados, Coren morria vítima da insolação e alquebrado pelos sofrimentos. Abraão continuou a viver ainda mais dois anos na prisão, até que no ano 463 foi libertado e pôde retornar para casa. Chegando em sua pátria, se retirou para viver a vida monástica, mas, atormentado pelo pedido insistente do povo, aceitou a ordenação episcopal, morrendo alguns anos depois com grande fama de santidade. Sua festa é celebrada no dia 20 de dezembro.