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São Constâncio

Sacristão († séc. V)

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MIA Studio | Shutterstock

A única fonte que existe sobre São Constâncio, o sacristão, é uma passagem do primeiro livro dos célebres “Diálogos” de São Gregório.
Constâncio era sacristão da igreja de Santo Estêvão, primeira catedral e famoso santuário de Ancona, norte da Itália, do qual Santo Agostinho disse que uma relíquia do protomártir era venerada.
São Gregório indica, sobretudo, como o aspecto modesto, quase desprezível do simples e pequeno sacristão correspondia a um grande espírito de perfeição, que brilhava no dom dos milagres. De vida exemplar, consideravam-no, em toda a região, como um santo. Isso muito o amedrontava, porque, desejando unicamente o céu e não a glória mundana, pedia a Deus que o mantivesse longe de se aquecer com a vaidade. E assim foi.
À medida que se espalhava a fama da sua santidade e das obras extraordinárias do pequeno sacristão, muitos se dirigiram a ele para vê-lo e pedir-lhe favores espirituais.
Conta São Gregório Magno que, um dia, faltou óleo para as lâmpadas da igreja. Constâncio não tinha tempo de ir comprar óleo, dado que a liturgia começaria em instantes. Ele, então, encheu todas as lamparinas de água e nelas colocou as mechas. Quando foram acesas, ficaram iluminado como se nadassem em óleo.
São Gregório conta ainda que um camponês quis conhecer Constâncio, de tanto que ouvia falar dele. Quando chegou à sacristia viu-o polindo as lâmpadas, vestido simplesmente, de roupa remendada, mas limpa. Disse o camponês, surpreso: “Pensei que encontraria um grande homem e, no entanto, vejo que este, de quem tanto falam, não passa de um homem comum!” Ouvindo aquilo, Constâncio levantou-se, felicíssimo, e, com um grande sorriso nos lábios, tomou nos braços o camponês, abraçando-o ternamente. E, com a alma elevada, exclamou: “Tu és o único que me julgou acertadamente!”
Nada mais se sabe sobre a vida de São Constâncio.
Não se sabe a data de seu falecimento. Sabe-se sim que seu corpo foi posteriormente transferido para Veneza e colocado primeiro na igreja de São Basílio, depois na de São Gervásio e Protásio.
Algum cronista local escreveu que o corpo de São Constâncio foi roubado no século XII por ocasião de um cerco e na sequência de um roubo por alguns mercadores venezianos. É certo que a figura de Constâncio não tem relevância na antiga iconografia sagrada local (não aparece no Martirológio atribuído aos séculos XI-XII) e, uma vez que o nome do santo não é mencionado em algumas fórmulas litúrgicas do Antiga Igreja de Ancona, pode-se pensar que as relíquias foram transferidas antes do ano 1000 e talvez no século IX.
Hoje a igreja da catedral de Ancona, como única lembrança de Constâncio, possui um fragmento de osso que foi doado em 1760, com autenticação do patriarca de Veneza.
Atualmente São Constâncio é venerado e celebrado no dia 23 de setembro, especialmente na diocese de Ancona.

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