Bem-aventurado Lourenço de Ripafratta

Lourenço, que nasceu em Ripafratta, em 1373, já era diácono quando, desejando uma vida mais perfeita, entrou no Convento de Santa Caterina, da Ordem Dominicana, em Pisa, Itália. Imediatamente distinguiu-se por um grande amor pela observância regular, da qual entendeu bem toda a importância.
Mais tarde, participou de um movimento de renovação espiritual das ordens monásticas. Juntou-se ao beato Giovanni Dominici para a reforma da Ordem dos Frades Pregadores. Foi um dos propagadores mais coerentes e ativos da Reforma, que então floresceu dentro da Ordem, à qual deu muitos frutos de santidade e zelo. Um dos primeiros conventos onde Lourenço desdobrou seu zelo foi o de Cortona, no qual foi nomeado mestre de noviços. Formou para a vida dominicana muitas almas, incluindo Sant’Antonino Pierozzi, o futuro arcebispo de Florença, e Fra Angelico. Lorenço ocupou cargos em vários conventos e foi um pregador muito eficaz.
A negligência imperdoável dos cronistas antigos, muito pouco nos transmitiu acerca deste grande religioso, mas temos uma carta de Santo Antônio, de Pistoia, enviada após sua morte, na qual ele compara seu santo mestre a São Paulo e a Elias. Ele o chama de “Arca do Testamento’, dizendo que era virgem no corpo e na mente. Amava crucificar sua carne com ásperas penitências, vigílias e jejuns, e foi devotado ao culto divino até sua velhice, sem nunca sair do coro noite e dia .
Quando Pistoia e Fabriano foram afetadas pela praga, independentemente do medo de contágio, foi incansável em ajudar doentes. Ao longo dos anos de sua vida, suportou uma ferida horrível em sua perna com uma paciência edificante.
Morreu depois de sessenta anos de vida regular, 27 de setembro de 1456, em Pistoia. Seu corpo é venerado na igreja dominicana da cidade.
O Papa Pio IX o beatificou em 4 de abril de 1851.