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[big_first_char_text]Estêvão nasceu em Constantinopla, (hoje Istambul, Turquia), em 715.
De tradicional família cristã, seus pais o orientaram para que recebesse a direção espiritual de um eremita.
Em 730, estourou a perseguição do Imperador Leão III contra o iconoclasmo (culto às imagens). Seus pais obrigados a emigrarem, entregaram seu filho de 15 anos aos cuidados dos monges do mosteiro do Monte Sant’Ascênsio, na Bitínia, perto de Calcedônia, onde mais tarde Estevão tomou o hábito de monge.
Quando da morte de seu pai foi obrigado a fazer uma viagem a Constantinopla para cuidar de sua herança. Vendeu todo o patrimônio herdado e distribuiu a importância entre os pobres. Tinha outras duas irmãs, uma das quais era religiosa em Constantinopla e a outra, solteira, cuidava de sua mãe na Bitínia. Ele as indicou um mosteiro e elas optaram pela clausura. Voltou, então, à solidão de seu mosteiro, onde se dedicou a meditar a Sagrada Escritura, seguindo as orientações de São João Crisóstomo, seu abade.
Com a morte de São João Crisóstomo, antes de completar trinta anos, foi eleito, por unanimidade como seu sucessor. Ali viveu durante anos, dedicados à oração, ao louvável trabalho de cópia dos textos antigos e a trabalhos de cestaria, para o sustento do mosteiro e para doar aos pobres.
O movimento iconoclasta continuava com o filho de Leão III, Constantino V, que se engajou em uma luta difícil, especialmente contra os monges. Em 753, convocou, também, o Sínodo de Hieria, que, dando continuidade ao iconoclasmo bizantino, declarou que os ícones de Jesus não lhe eram dignos e que as imagens de Maria e dos santos eram ídolos. Estevão abertamente não tomou partido das normas deste Concílio, proclamadas pelo imperador e não pelo papa, - normas estas que seriam então negadas com a aprovação da veneração de imagens, no subsequente Segundo Concílio de Nicéia de 787.
Enquanto isso, Constantino V, em junho de 762, ordenou a Santo Estevão o respeito aos cânones promulgados em Hiera. Ao recusar obediência às ordens do Imperador, foi levado ao mosteiro de Crisópole (atual Üsküdar), perto da cidade de Calcedônia (atualmente Kadıköy) e enviado de lá para o exílio na ilha de Proconeso (atual Ilha de Mármara), sendo permitido que apenas sua mãe e sua irmã se juntassem a ele.
Em 763, depois de um ano, foi levado de volta a Constantinopla, onde mais de 300 monges foram presos por causa de sua ligação com a causa do culto às imagens.
Depois de mais um ano de constante assédio e insulto, no dia 28 de novembro de 764, o Abade Estevão foi morto por alguns oficiais do palácio, enquanto as comemorações pela imperatriz Eudóxia estavam em andamento, mas sem nenhuma ordem do imperador.
A Igreja grega o reconheceu como mártir, comemorando em 28 de novembro e nesta data e qualificação que ele foi incluído no Martirológio Romano.
A “vida” deste monge oriental foi escrita por volta do ano 809 pelo diácono homônimo Estêvão de Constantinopla.
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