Riqueza e pobreza...
Hoje o Evangelho de Lucas apresenta a parábola do homem rico e do pobre Lázaro. O rico personifica o uso iníquo das riquezas da parte de quem as usa para um luxo desenfreado e egoísta, pensando unicamente em satisfazer-se a si mesmo, sem se preocupar minimamente com o mendigo que está à sua porta. O pobre, ao contrário, representa a pessoa da qual só Deus se ocupa: em contraposição ao rico, ele tem um nome, Lázaro, abreviação de Eleazaro, que significa precisamente “Deus ajuda-o”. Quem é esquecido por todos, Deus não o esquece; quem não tem valor aos olhos dos homens, é precioso aos do Senhor. A narração mostra como a iniquidade terrena é invertida pela justiça divina: depois da morte, Lázaro é acolhido “no seio de Abraão”", isto é, na bem-aventurança eterna; enquanto que o rico termina “no inferno entre os tormentos”. Trata-se de um novo estado de coisas inapelável e definitivo, pois é em vida que é preciso corrigir-se; fazê-lo depois não serve para nada. Esta página presta-se também a uma leitura em chave social. Permanece memorável a que forneceu há precisamente quarenta anos o Papa Paulo VI na Encíclica Populorum Progressio. Falando da luta contra a fome, ele escreveu: “Trata-se de construir um mundo no qual cada homem... possa viver uma vida plenamente humana... onde o pobre Lázaro se possa sentar à mesma mesa do rico”. Causas das numerosas situações de miséria são recorda a Encíclica por um lado “os servilismos que vêm dos homens” e por outro “uma natureza não suficientemente dominada”. [...] O apelo ao qual então deu voz Paulo VI: “Os povos da fome interpelam de modo dramático os povos da opulência”, conserva hoje toda a sua urgência.
Papa BentoXVI
ngelus de 30.09.2007
Papa emérito (2005-2013)
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