Santa Colomba

Ao verificar as várias hagiografias dos santos do período medieval, por vezes fica-se impressionado pela quantidade de santos numa mesma família. Por outro lado, considerando a difusão do cristianismo na sociedade medieval ocidental, era natural que muitos cristãos aspirassem à santidade de vida e que, com a graça de Deus e uma vida dedicada aos exercícios das virtudes, acabassem atingindo esse ideal e sendo proclamados como tais pela Igreja. Na Província de Teramo, na Itália, a família dos Condes de Pagliara legaram alguns santos importantes para a região. O mais famoso foi São Berardo, bispo de Teramo e padroeiro da cidade. Depois de São Berardo, há a irmã Santa Colomba e os irmãos, também santos, Nicolau e Egídio. Berardo era um monge beneditino e sacerdote que pertencia à célebre comunidade de Montecassino; mais tarde ele se retirou para o mosteiro de São João in Venere e depois, daí, foi chamado para assumir a sé episcopal de Teramo. Dos irmãos Nicolau e Egídio não se há muitas notícias, apenas uma citação, junto com Santa Colomba: Colomba era uma jovem condessa da família Pagliara que nasceu no ano 1100; segundo consta, ainda muito jovem se retirou para viver uma vida eremítica, na solidão do Monte Infornace, na região do Gran Sasso d’Itália. Ela viveu e morreu ainda muito jovem – com apenas 16 anos! – numa gruta natural da montanha. Ainda hoje é possível admirar o sinal de uma mão humana escavada na rocha: segundo a lenda, teria sido a marca deixada por Santa Colomba ao se apoiar na parede rochosa para subir o monte. Há também, segundo a piedade popular, outro buraco milagroso na rocha: sob o altar da pequenina igreja dedicada à Santa Colomba – que foi mandada construir pelo seu irmão bispo, São Berardo – os fiéis afirmam que é possível obter a cura para diversas doenças, bastando para isso introduzir a cabeça no buraco. Independentemente da fé popular, o fato é que Santa Colomba, com sua jovem idade, legou um grande exemplo de abnegação e de amor esponsal pelo Cristo.