Bem-aventurado Geraldo de Claraval

Foi um dos irmãos mais velhos de São Bernardo de Claraval. A história do Bem-aventurado Geraldo é narrada pelo irmão mais famoso em uma de suas obras (Sermones super Cantica Canticorum). Nessa obra São Bernardo relembra do irmão que havia morrido há pouco tempo. Ele narra que Geraldo foi por muitos anos celeireiro – um cargo relativo à administração – no mosteiro de Claraval: próximo à morte, ele teria revelado que aceitara esse cargo apenas porque desejava exercitar a virtude da santa obediência – fora o irmão, que era abade do mosteiro, a nomeá-lo -, pois seu desejo maior era se dedicar apenas à contemplação. Embora fosse iletrado, possuía um grande discernimento e uma visão das coisas espirituais muito elevada. De fato, São Bernardo o procurava com constância para ouvir os seus conselhos. Geraldo ficou doente em Viterbo, numa ocasião em que acompanhava São Bernardo em uma de suas viagens para a Itália. Teve alguma melhora e conseguiu empreender a viagem de volta a Claraval. Chegando no mosteiro, no entanto, recaiu novamente na doença e morreu serenamente, assistido pelo irmão. Segundo São Bernardo, antes de entrar no mosteiro, seu irmão era afeito às armas. De fato, foi capturado num combate e mantido em cativeiro. Após uma intervenção miraculosa, ele foi libertado e decidiu entrar no mosteiro de seu irmão para levar uma vida de penitência e oração. O culto de veneração ao bem-aventurado Geraldo foi aprovado pelo Papa Clemente XI em 1702.