São Leobinus de Chartres

Foi o décimo sexto bispo de Chartres, na França. Participou no Concílio de Orléans em 549 e em outro realizado em Paris no ano 552. Uma “Vida” escrita provavelmente por volta do século IX traz notícias interessantes sobre este santo. É bem provável que esse documento reproduza uma tradição oral mais antiga em relação a São Leobinus. Segundo essa fonte, ele nascera em Poitou e fora primeiramente pastor. Ainda jovem, tinha uma grande vontade de aprender, por esse motivo se dirigiu a um monge e lhe suplicou para que o ensinasse a ler e a escrever. Segundo a lenda, o monge, ao não dispor de pergaminhos acabou escrevendo as primeiras letras do alfabeto na cintura do jovem pastor. Isso motivou o autor da “Vida” a ver nesse sinal uma premonição, uma escolha de Deus que teria elegido Leobinus ao escrever em seus rins “as letras da verdade”. O trabalho nos campos e sua vontade de aprender a ler e escrever traçavam a linha de seu destino, pois “pela agricultura ele aprendia a obra da obediência, indicando seu futuro como monge e pelo estudo se preparava para o futuro no episcopado”. De fato, pouco tempo depois Leobinus entrou num mosteiro e alternou sua formação entre momentos de vida cenobítica, isto é, vivendo na comunidade monástica, e momentos de vida solitária no eremitério. Mediante a indicação de outro eremita, ele se dirigiu para outro mosteiro em Javols, pouco depois foi para a cidade de Lion para viver no mosteiro da ilha de Barbe. Durante esse período sofreu com a invasão dos Francos, chegando a ser torturado: amarraram uma corda em volta de sua cabeça que, aos poucos era apertada cada vez mais. Apesar disso, Leobinus manteve-se firme. Cinco anos depois foi ordenado diácono e colocado pelo bispo de Angers à frente de um mosteiro. Por fim, foi ordenado bispo, em princípio, contra sua vontade, pois, por humildade, teria preferido manter-se como monge. Ao longo de sua vida pastoral, a “Vida” narra alguns milagres importantes: indo visitar um clérigo doente, São Leobinus o ungiu com o óleo do sacramento; imediatamente o padre ficou curado. Além disso se disse que o óleo havia se tornado luminoso. Morreu com fama de santidade e foi sepultado na igreja de Saint-Martin-au-Val. Ainda hoje é um santo relativamente popular na França, já que algumas localidades conservam seu nome.