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Bem-aventurado Oto de Freising

Monge Cisterciense e Bispo (†1158)

BASILICA DEL VOTO NACIONAL

Aaron-(CC BY-NC 2.0)

Santo do dia

Oto nasceu em Klosterneuburg, um município da Áustria localizado no distrito de Wien-Umgebung, no estado de Baixa Áustria. Era o quinto filho de Leopoldo III e Agnes, filha do imperador Henrique IV. Por seu primeiro marido, Frederico I de Hohenstaufen, duque da Suábia, Agnes era a mãe do rei alemão Conrado III e avó da irmã do imperador Frederico I. A irmã de Oto, Judith de Ita, era casada com o marquês Guilherme V de Montserrat. Oto, portanto, era parente das famílias mais poderosas da Alemanha e do norte da Itália.
Os registros de sua vida são escassos e as datas um pouco incertas. Sabe-se que ele estudou em Paris, onde desenvolveu interesse especial pela filosofia. Dizem que ele foi um dos primeiros a introduzir a filosofia de Aristóteles na Alemanha e serviu como reitor de uma nova fundação na Áustria.
Ao entrar na ordem cisterciense, Oto convenceu seu pai a fundar a Abadia Heiligenkreuz em 1133, trazendo assim alfabetização e agricultura sofisticada (incluindo a produção de vinho) para a região que se tornaria Viena. Tornou-se abade do mosteiro cisterciense de Morimond, na Borgonha, por volta de 1136, e logo depois foi eleito bispo de Freising. Esta diocese, e na verdade toda a Baviera, foi então perturbada pela disputa entre os Welfs e os Hohenstaufen, e a igreja ficou numa condição deplorável; mas uma grande melhora foi trazida pelo novo bispo tanto em assuntos eclesiásticos quanto em assuntos seculares.
Em 1147, Oto participou da desastrosa Segunda Cruzada. A seção do exército cruzado liderada pelo bispo foi dizimada, mas Oto conseguiu chegar a Jerusalém e retornou à Baviera em 1148 ou 1149. Ele desfrutou dos favores do sucessor de Conrad, Frederico I, provavelmente foi fundamental na resolução da disputa sobre o ducado da Baviera em 1156.
Oto é mais lembrado por dois importantes trabalhos históricos: a primeira delas é sua Chronica de Duabus Civitatibus (Crônica ou história das duas cidades), uma obra histórica e filosófica em oito livros, que segue em certa medida as linhas estabelecidas por Agostinho e Orósio. Escrita durante o tempo da guerra civil na Alemanha (1143-1145), nela ele contrasta Jerusalém e Babel, os reinos celestes e terrestres, e descreve muitas informações valiosas sobre a história de seu próprio tempo. A crônica, que foi mantida em alta consideração pelos contemporâneos, abrange um período que vai até os anos 1146; e a partir desta data, até 1209, foi continuada por outro Oto, o abade de São Blasius (†1223). A outra obra, mais conhecida, é Gesta Friderici imperatoris (Gestas do Imperador Frederico), escrito a pedido de Frederico I e precedido por uma carta do imperador ao autor. A Gesta compreende quatro livros, sendo os dois primeiros foram escritos por Oto; os outros dois, ou partes deles, foram compostos por seu aluno Ragewin ou Rahewin. Alguns, no entanto, argumentam que o terceiro livro e a primeira parte do quarto também foram obra do próprio Oto. Começando com a disputa entre o papa Gregório VII e o imperador Henrique IV, o primeiro livro narra a história até a morte de Conrado III, em 1152. Não se limita aos assuntos alemães, já que o autor discorre também sobre a pregação de Bernardo de Claraval, do seu zelo contra os hereges e da condenação de Pedro Abelardo. O segundo livro se abre com a eleição de Frederico I em 1152 e trata da história dos primeiros cinco anos de seu reinado, especialmente na Itália, com algum detalhe. A partir deste ponto (1156) o trabalho é continuado por Ragewin. O latim de Oto era excelente, e mesmo com algumas pequenas imprecisões, a Gesta foi descrita como um “modelo de composição histórica”.
Mesmo sendo bispo, manteve o hábito de monge cisterciense; morreu em Morimond dia 22 de setembro de 1158.
Em 1857, uma estátua do bispo foi erguida em Freising.

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