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Beata Josefina Vanníni

Fundadora das Filhas de São Camilo (†1911)

CHRISTMAS

Impact Photography / Shutterstock

Santo do dia

Judite Alaíde Vanníni nasceu em Roma no dia 7 de julho de 1859. Filha de ngelo e Annunziata Papi, foi batizada com o nome de Judite. Foi precedida por uma irmã, Giulia, e seguida por um irmão, Augusto.
O Senhor geralmente prepara e amadurece as almas pelo caminho da cruz. Aos 4 anos, Judite perdeu o pai e três anos depois a mãe. Os três irmãos órfãos foram separados: Augusto foi adotado por um tio materno, Julia foi confiada às Irmãs de São José e Judite, de 7 anos, foi aceita no Conservatório Torlonia, em Roma, onde as Filhas da Caridade a educaram para a fé cristã e a prepararam para vida.
Judite cresceu boa, piedosa, dócil e reflexiva. Obteve o diploma de professora de jardim de infância e aos 21 anos pediu para ingressar no noviciado das Filhas da Caridade de Siena. Mas, logo depois retornou a Roma por motivos de saúde e um período de provações. No ano seguinte, retornou a Siena, mas foi definitivamente dispensada do Instituto por ser considerada inadequada.
Ela sentia um profundo chamado à vida religiosa, mas em que instituição? Ela sofria e rezava. Tinha 32 anos, quando participou de um curso de exercícios espirituais na casa das Irmãs de Nossa Senhora do Cenáculo, em Roma. No último dia de retiro, 17 de dezembro de 1891, Judite se apresentou ao pregador, o camiliano Pe. Luigi Tezza, para pedir-lhe conselhos. O padre, poucos meses antes, tinha sido encarregado como o Procurador-Geral para restaurar o Terciário Camilliano e naquele momento teve uma inspiração: confiar-lhe a realização de tal projeto. Judite respondeu: “Padre, deixe-me refletir, eu lhe darei uma resposta”. Dois dias depois, ela se apresentou ao padre, dizendo: “Aqui estou à sua disposição para o seu projeto, não sou capaz de nada, mas confio em Deus”.
Pe. Tezza logo descobriu nela um temperamento de fundadora, segura de si mesma, uma mulher de oração e de sacrifício. Informou os superiores da Ordem Camiliana e obteve a autorização do Cardeal Vigário de Roma de prosseguir com aquela iniciativa.
Judite com duas outras jovens, preparadas pelo padre Tezza, formaram a primeira comunidade. Em 2 de fevereiro de 1892, festa da Conversão de São Camilo, na sala-santuário onde o santo morreu, pela imposição do escapulário com uma cruz vermelha, nasceu a nova família camiliana. No dia 19 de março seguinte, padre Tezza investiu Judite com o hábito religioso, marcado com a cruz vermelha, esta passou a se chamar Irmã Josefina e foi nomeada superiora. Sob o aconselhamento de Tezza foram formuladas as regras do incipiente instituto religioso, especificando seu propósito: assistência dos doentes, inclusive em casa. Mesmo em meio à grande pobreza, o número delas cresceu. No final de 1892 já eram catorze, em 1893 uma nova comunidade foi aberta em Cremona e em 1894 em Mesagne in Puglia; outras casas serão abertas em outros lugares.
Foi necessário obter a aprovação definitiva da autoridade eclesiástica. Infelizmente, o Papa Leão XIII decidiu, naqueles anos, não permitir fundações de novas comunidades em Roma. Portanto, a pedido do Pe. Tezza, renovado duas vezes, ele respondeu em nome do Papa: “non expedit”. (não conveniente, não aprovada). Assim, foi imposto ao grupo de religiosas que deixasse Roma. Parecia que esvaneceria qualquer perspectiva, mas pela admiração da assistência das irmãs, até mesmo por parte da imprensa, e pelo do apoio do Cardeal Vigário obtiveram a criação da “Pia Associação” dependente do Cardeal e por isto trabalho pôde continuar.
Sobreveio, no entanto, outra provação. A amabilidade do Padre Tezza em relação às religiosas, a quem chamava “as minhas filhas”, foi objeto de interpretações maliciosas por parte de algumas pessoas, que se espalharam sobre o Padre e Madre Josefina algumas insinuações como “fofocas e verdadeiras calúnias”. O Cardeal Vigário intervém e, sem averiguar a verdade, tira do pai espiritual delas a faculdade de confessar e proíbe que ele encontre as irmãs. P. Tezza não quis se defender e aceita silenciosamente as disposições, oferecendo o sacrifício da separação pelo bem e pelo desenvolvimento do Instituto. A separação foi concluída quando o padre, no ano de 1900, foi designado como seu superior geral para ir ao Peru como visitante da comunidade de Lima. Aceita a obediência e parte para a América Latina, de onde jamais voltará para a Itália. Ele manterá o relacionamento com a fundadora e o Instituto apenas com correspondência e morrerá em Lima aos 82 anos, em 26 de setembro de 1923, reverenciado como santo.
O distanciamento de P. Tezza constituiu um drama para a fundadora, que teve de suportar sozinha o peso do nascente Instituto. Mas, não desanimou. Recebera de P. Tezza o que era necessário para continuar. Dotada de uma admirável fortaleza e confiança na ajuda do Senhor, conseguiu difundir o Instituto em várias partes da Itália e na Argentina.
Em 21 de junho de 1909, depois de muitas resistências, conseguiu obter o decreto para o estabelecimento do instituto na congregação religiosa sob o título “Filhas de São Camilo”.
Em 1910, após a última visita a todas as casas na Itália e na França, foi atingida por uma grave doença cardíaca.
Assim, mais purificada do pesar, em 23 de fevereiro de 1911 entregou serenamente sua alma a Deus, deixando um instituto com dezesseis casas religiosas, na Europa e na América, e com 156 religiosas professas.
Em 16 de outubro de 1994, João Paulo II proclamou-a beata, em Roma.

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