Bem-aventurada Margarida de Lorena

Margarida era sobrinha do Rei Renato da Sicília, Duque de Angiou e de Lorena. Quando tinha apenas dez anos de idade resolveu, durante um passeio no bosque, se esconder com algumas outras meninas. Com grande apreensão muitos começaram a procurá-las até que, ao cair da tarde, foram encontradas: Margarida havia se escondido pois, segundo disse, desejava viver a vida de eremita… Poucos ficaram maravilhados, pois sabiam já que o avô de Margarida amava ler as Vidas dos Padres do Deserto para a menina. Nascida em 1463, seu avô morreu quando ainda era uma adolescente. Voltando para Lorena, conforme os costumes, se casou com o Duque de Alençon. Em 1492 seu marido morre e Margarida, viúva, com 32 anos de idade e três filhos pequenos, deve se “reinventar”, como se diria hoje. Defendeu seu direito de educar os próprios filhos, contrariando alguns parentes que desejavam levar a crianças para uma educação longe da mãe. Conduziu seu Ducado e arranjou o casamento de seus três filhos. Encontrando-se livre, decidiu realizar o sonho de toda uma vida: tomou seus bens pessoais e deu uma parte aos pobres e à Igreja. Retirou-se para o castelo de Essai que fez tornar uma espécie de mosteiro laical. Aí viveu em profunda oração e mortificação. Dedicou-se ao cuidado dos doentes. Por fim, resolveu entrar no convento das Clarissas e após dois anos na vida religiosa, Margarida adoeceu. Uma breve doença que, pouco tempo depois, a conduziu ao encontro de seu amado Senhor. Faleceu com grande fama de santidade.