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São Cosme e São Damião

Santos médicos, mártires (†303)          

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Nastyaofly | Shutterstock

Segundo certa tradição, os nomes verdadeiros dos gêmeos Cosme e Damião eram Acta e Passio. Nasceram em Aegeae (atual Yumurtalık, Turquia) e tinham outros 3 irmãos (Antimo, Leôncio e Euprepio). O pai foi mártir durante uma das perseguições aos cristãos promovidas por Diocleciano e a mãe, Teodata, é venerada como santa na Igreja Ortodoxa. 

Os gêmeos estudaram Ciências na Síria, onde também fizeram sua formação em medicina. Exerceram a profissão em Aegeae, onde alcançaram grande reputação por curarem enfermos não só com seus conhecimentos, mas também através de milagres promovidos por suas orações. Não aceitavam nenhum pagamento por seus serviços e por isso foram chamados de anargiras (em grego antigo: anargyroi = avessos ao dinheiro). Dessa forma, trouxeram muitos adeptos novos à fé cristã. 

Quando começou uma nova perseguição aos cristãos, promovida por Diocleciano, o prefeito Lísias mandou prender Cosme e Damião e ordenou-lhes retratação. Eles se mantiveram constantes em sua fé como cristãos e, sob tortura, de forma milagrosa, não sofreram qualquer ferimento causado por água, fogo, ar, nem mesmo na cruz, até serem decapitados por uma espada. Seus três irmãos morreram mártires, juntamente com eles. A execução ocorreu no dia 27 setembro, provavelmente entre 287/303 d.C. 

Mais tarde, surgiu uma série de relatos fabulosos sobre os gêmeos ligados em parte às suas relíquias. Os restos mortais dos mártires foram enterrados na cidade de Ciro, na Síria. O imperador Justiniano I (527-565) suntuosamente restaurou a cidade em honra deles, depois de ter sido curado de uma doença maligna por intercessão de Cosme e Damião. Justiniano I  reconstruiu e decorou a igreja dos mártires em Constantinopla, que veio a se tornar um famoso lugar de peregrinação. Em Roma, o Papa Félix IV (526-530) edificou uma igreja em honra dos mártires.

Eles são invocados no Cânon da Missa e na Ladainha de Todos os Santos. 

O culto aos gêmeos mártires foi trazido para o Brasil em 1530 por Duarte Coelho Pereira e tornaram-se padroeiros de Igarassu, em Pernambuco. No nordeste brasileiro passaram a ser invocados para afastar o contágios de epidemias. Os negros bantos identificaram Cosme e Damião como os orixás Ibejis em um sincretismo religioso. 

A Igreja Católica Apostólica Romana, desde tempos imemoriáveis até o Calendário Romano de 1962, que vigorou até 1969, celebrava a festa de santos Cosme e Damião no dia 27 de setembro. Porém, em 1969, com a reforma litúrgica, o Calendário Romano passou a comemorá-los no dia 26, pois, considerada a importância de São Vicente de Paulo, também celebrado no dia 27, preferiu-se não pôr as duas Memórias na mesma data. A memória de São Vicente ficou fixada no dia 27, já que era a data sabida de sua morte; já Santos Cosme e Damião, como não se sabia ao certo a data da morte deles, tiveram a Memória movida para o dia 26 de setembro. Ainda assim, católicos tradicionalistas, devotos mais antigos e as religiões afro-brasileiras que também os cultuam, como o Candomblé e a Umbanda, continuam a comemorá-los no dia 27. Apesar da mudança na Igreja Católica, ao menos no Brasil, por conta da tradição, populares continuam fazendo comemorações no dia 27 de setembro.

Cosme e Damião são considerados os patronos dos farmacêuticos, médicos e cirurgiões e por vezes são representados por emblemas médicos.

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