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Oração do dia
Meditação do diasegunda 28 Novembro

Muitos virão do Oriente e do Ocidente

 

A Igreja peregrina é, por sua natureza, missionária, visto que tem a sua origem, segundo o desígnio de Deus Pai, na “missão” do Filho e do Espírito Santo. Este desígnio brota do “amor fontal”, isto é, da caridade de Deus Pai, que, sendo o Princípio sem Princípio de quem é gerado o Filho e de quem procede o Espírito Santo pelo Filho, quis derramar e não cessa de derramar ainda a bondade divina, criando-nos livremente pela sua extraordinária e misericordiosa benignidade, e depois chamando-nos gratuitamente a partilhar da sua própria vida e glória. Quis ser, assim, não só criador de todas as coisas, mas também “tudo em todas as coisas”, conseguindo simultaneamente a sua glória e a nossa felicidade. Aprouve, porém, a Deus chamar os homens a esta participação na sua vida, não só de modo individual e sem qualquer solidariedade mútua, mas constituindo-os num Povo em que os seus filhos, que estavam dispersos, se congregassem em unidade. Este desígnio universal de Deus para a salvação do gênero humano realiza-se não somente dum modo quase secreto na mente humana, [...] para estabelecer a paz ou a comunhão com Ele e uma sociedade fraterna entre os homens, apesar de pecadores, Deus entrou de modo novo e definitivo na história dos homens, enviando o seu Filho na nossa carne para, por Ele, arrancar os homens ao poder das trevas e de satanás e nele reconciliar o mundo consigo. Constituiu, portanto, herdeiro de todas as coisas Aquele por quem fizera tudo, para nele tudo restaurar. [...] Assim, o Filho de Deus, pelo caminho duma verdadeira Encarnação, veio para fazer os homens participantes da sua natureza divina e, sendo rico, fez-se por nós necessitado para que nos tornássemos ricos da sua pobreza. [...] ora ele assumiu por inteiro a natureza humana tal qual ela existe em nós, pobres e miseráveis, rejeitando dela apenas o pecado. De si mesmo disse Cristo, a quem o Pai santificou e enviou ao mundo: “O Espírito do Senhor está sobre mim; por isso me ungiu e me enviou a anunciar a boa nova aos pobres, a sarar os contritos de coração, a proclamar a libertação dos cativos e a restituir a vista aos cegos”. E outra vez: “Veio o Filho do Homem para buscar e salvar o que estava perdido”. Aquilo que uma vez foi pregado pelo Senhor ou aquilo que nele se operou para salvação do gênero humano, deve ser proclamado e espalhado até aos confins da terra, [...] de modo que tudo quanto foi feito uma vez por todas, pela salvação dos homens, alcance o seu efeito em todos, no decurso dos tempos.

 

Concílio Vaticano II

Decreto AD GENTES §2-3

21º Concílio ecumênico da Igreja católica (1962-1965).

 

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