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Bem-aventurado Mariano de Roccacasale

Religioso da Ordem dos Frades Menores (†1886)

GOSPEL

Pascal Deloche | GoDong

O que poderia ter de extraordinário em ser porteiro de um convento por 50 anos? Um frei chamado Mariano, por exemplo, o fez de maneira tão exemplar que transformou aquela portaria na antecâmara do paraíso, como a Igreja confirmou com autoridade ao final de um processo canônico que durou mais de 100 anos.
Domenico Di Nicolantonio nasceu em Roccacasale, na província de Roma, em 14 de janeiro de 1778.
Foi um simples pastor do monte Morrone até os 23 anos. Sua família era muito pobre e para sobreviver teve que trabalhar duro. O ambiente bucólico em que viveu, as intermináveis horas de solidão o colocavam diretamente em contato com Deus e o levaram a amadurecer o desejo de entrar para o convento e ser um frade menor.
Aos 24 anos ingressou no convento de San Nicola dei Franciscani, em Arischia, na Província de Abruzzo, onde, em 2 de setembro de 1802, vestiu o hábito franciscano e assumiu o nome de Frei Mariano da Roccacasale. Depois do ano de noviciado, fez a profissão dos votos, oferecendo-se ao Senhor para sempre. Após a profissão religiosa, ele permaneceu no convento de San Nicola dei Franciscani por doze anos. Sua vida neste período pode ser resumida em duas palavras: oração e trabalho, pois eram como duas cordas nas quais vibrava toda a sua existência espiritual. Foi fiel executor das muitas tarefas que lhe foram confiadas: hábil carpinteiro, jardineiro, cozinheiro e porteiro.
Em Arischia, ele não encontrava uma ambiente favorável para levar uma vida mais retirada e espiritualmente comprometida. Sentiu-se tocando com um dedo no céu quando soube que no Retiro Bellegra existia uma atmosfera espiritual mais adequada às suas necessidades. Foi em peregrinação para lá, em 1815, aos 37 anos, para uma espécie de retiro espiritual, mas ficaria ali para o resto de sua vida.
Primeiramente, foi encarregado de ser cozinheiro da comunidade, mas devido às suas precárias condições de saúde, colocaram-no para trabalhar como zelador. Ao receber sob custódia a chave do convento, beijou-a com devoção: naquele gesto estaria o segredo de toda a sua vida. Não se tratava, como podia parecer, de simplesmente abrir a porta a quem batia à porta do convento, mas de acolher sobretudo os tantos pobres, que se apresentavam na hora das refeições, e de necessitados que eram recebidos juntamente com uma tigela de sopa e muita caridade. Assim, ele “especializou-se” na escuta e na partilha das dores que esses pobres carregavam consigo e tornou-se instrumento de paz para os angustiados, desmoralizados e atormentados pelas doenças espirituais. Depois de atendê-los Frei Mariano os apresenta ao Senhor, nas longas horas passadas em adoração diante da Eucaristia.
Na noite de 23 de maio de 1866, os irmãos o encontraram desmaiado diante Santíssimo Sacramento. Levaram-no para a cama e chamaram o médico que deu os primeiros socorros. Mas a idade, a fraqueza e a inflamação gástrica, que já o atormentavam há algum tempo, não deixaram espaço para esperanças. O médico deixou isso bem claro. Faleceu 8 dias depois, no dia 31 de maio, festa de Corpus Christi, enquanto os irmãos se preparavam para a procissão eucarística. Seus restos mortais repousaram na Igreja do Retiro S. Franziskus, via San Franziskus, Bellegra (Roma).
A causa do Bem-aventurado Mariano foi apresentada em 12 de dezembro de 1895 ao Vaticano. Em 3 de maio de 1923, o Papa Pio XI autorizou a Congregação para as Causas dos Santos a promulgar o decreto sobre as virtudes heroicas do frade, reconhecendo-lhe o título de venerável .
Em 1998, a Santa Sé reconheceu a autenticidade de um milagre atribuído à intercessão do Venerável Mariano de Roccacasale – a cura, em 1918 , de um bebê de quinze meses de meningite aguda. Foi beatificado pelo Papa João Paulo II, em 3 de outubro de 1999, na Praça de São Pedro, em Roma.

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