Na onda de violência que se abateu sobre a Espanha em 1936, dentre tantos mártires da Igreja, conta-se também o bispo Sálvio Huix Miralpeix. Nascido aos 22 de dezembro de 1877 na Catalunha, Sálvio era filho de uma família relativamente abastada e muito ligada à fé católica. No passado, vários padres haviam saído do seio da família como fruto do amor a Deus e à Igreja. Dentro desse ambiente profundamente religioso, não tardou muito para que o jovem menino desejasse entrar num seminário. De fato, entrou no seminário menor da cidade de Vic, com doze anos de idade. Transcorreu todo o logo período preparatório do seminário dedicando-se aos estudos e a uma vida de intensa oração. Quando completou 26 anos de idade, foi ordenado sacerdote e, em seguida, foi enviado a diversas paróquias da diocese para desempenhar a função de capelão. Durante esse período, Padre Sálvio travou contato com a Congregação do Oratório de São Felipe Neri. Logo houve uma identificação e após quatro anos de experiências pastorais, pediu para ser acolhido na Congregação do Oratório. Durante vinte anos trabalhou incansavelmente, procurando sempre seguir os passos do fundador: São Felipe Neri. Nesse sentido, dedicava muitas horas ao confessionário confessando e fornecendo direção espiritual para um sem número de almas. Sua ação pastoral logo foi ciando conhecida, pois ouvia-se falar de vários pecadores públicos inveterados que mudavam de vida após se confessarem com Padre Sálvio. Tantas outras virtudes fizeram com que o bispo de Vic o chamasse para ser formador espiritual dos seminaristas da diocese, cargo que desempenhou por cerca de vinte anos. Em 1927 foi nomeado administrador apostólico de Ibiza e no dia 15 de abril de 1928 foi ordenado bispo e, mais tarde, enviado para Lérida. Com o advento do governo republicano, as relações entre o poder civil e a Igreja foram se corroendo cada vez mais. Em 1931 alguns conventos e igrejas foram incendiados, como represália à Igreja. Bispos considerado incômodos pelo regime foram deportados; algumas ordens religiosas, como os jesuítas, foram proibidas. Em 1936 o partido de esquerda assumiu o poder e a perseguição contra a Igreja se tornou implacável: em poucas semanas igrejas foram invadidas e episódios de violência eram praticamente quotidianos. Na noite de 23 de julho, Dom Sálvio, para proteger aqueles que o haviam escondido para escapar das perseguições, se entrega livremente. É preso. No dia 5 de agosto de 1936, dia de Nossa Senhora das Neves, padroeira de Ibiza, os prisioneiros – e com estes estava Dom Sálvio – foram acordados às três horas da manhã. Haviam sido comunicados que seriam transferidos para Barcelona, mas poucos quilômetros depois, o comboio parou diante do cemitério: ficou claro que seriam fuzilados ali mesmo. Despontavam os primeiros raios de sol quando Dom Sálvio dava a absolvição geral a todos os prisioneiros. Com grande coragem ele pediu aos soldados para ser o último a ser fuzilado, pois desejava abençoar um a um de seus companheiros de martírio. Até o fim, o bispo se comportou como um autêntico pastor de seu rebanho. Por fim chegou sua vez. Ouviu-se um estampido: estava morto seu corpo, mas entrava na vida para sempre, junto com seus companheiros de martírio. Foi beatificado em 2013.
Bem-aventurado Sálvio Huix Miralpeix
Bispo e mártir (†1936)

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