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São Júlio de Orta

Presbítero (†séc. IV )

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Joshua Resnick / Shutterstock

O culto a São Júlio é muito vivo na área do Lago Orta, na região de Novara, Itália, onde, atualmente, existe numa ilha uma Abadia beneditina e uma igreja, que teriam sido, originalmente, construídas por ele. Sobre sua figura histórica, no entanto, não existem informações seguras. Na verdade, a história de Júlio está entrelaçada com a de São Juliano. Algumas fontes os indicam como irmãos, no entanto, outros estudiosos assumem que houve confusão entre os nomes de uma mesma pessoa. De acordo com a mais antiga “Vita” (século VII), os irmãos eram dois gregos que no século IV se mudaram para a Itália, fugindo das perseguições e das heresias que grassavam em seu país naquele tempo. Moraram perto de Roma e depois imigraram para o norte da península itálica, fundando igrejas pelo caminho, até chegarem ao Lago de Orta. Ali construíram a nonagésima nona igreja, em Gozzano, e a centésima, dedicada aos Santos Pedro e Paulo, na ilha do Lago Orta. Esta “Vita” dos dois santos, foi considerada por Sávio, “antiga e digna de respeito”, enquanto outros autores a “julgaram cheia de exageros e lendas”. Na realidade, não é anterior ao século VIII e contém notícias bastante estranhas e improváveis. Segundo este último escrito, Júlio e Juliano eram irmãos provenientes da Grécia. Foram educados no cristianismo por seus pais, abraçaram o estado clerical e Júlio foi ordenado presbítero, enquanto Juliano diácono. Descontentes com os erros difundidos pelos hereges e para escapar de suas perseguições, decidiram se afastar de seu país e foram ao imperador Teodósio, de quem obtiveram a autorização para destruir altares e bosques pagãos e construir igrejas cristãs. Depois de chegar à Itália, eles viveram por algum tempo em Roma, perto de Acqua Salvia, depois atravessaram o Lácio e chegaram ao norte da Itália, pregando, convertendo muitos à verdadeira fé e acima de tudo construindo grande número de igrejas. As duas últimas foram construídas perto do lago de Orta. A centésima, Júlio construiu na pequena ilha existente no lago, dedicando-a aos Apóstolos Pedro e Paulo. Quando o autor escreveu esta “Vita”, o culto a Júlio estava florescendo na ilha, pois a igreja estava sendo frequentada por muitos peregrinos que diziam que Deus também operara milagres no local. Alguns historiadores afirmam que na diocese de Milão muitas igrejas foram dedicadas a Júlio e que seu nome também foi recitado no cânon ambrosiano dos séculos V-VI. Contudo, há quem conteste essa última declaração e pensa que era, em vez disso, uma referência ao Papa Júlio, já que esse nome estava ligado aos de outros bispos (Martinho di Tours, Eusébio di Vercelli e Hilário de Poitiers) que se destacaram na luta contra os arianos. Em conclusão, apesar do culto a São Júlio ser bastante antigo e estar ainda vivo na ilha do Lago Orta, e na região circundante, infelizmente devemos acrescentar que nada sabemos de concreto sobre a personalidade de Júlio, assim como a do seu alegado irmão Juliano. Das duas igrejas antigas atribuídas aos Santos irmãos, hoje não há mais vestígio e a presente não é mais antiga que o século IX. As relíquias de São Júlio ainda estão preservadas na atual Basílica da ilha do lago, onde seu corpo se encontra sepultado sob o altar-mor da Basílica de São Júlio, na vizinhança da Abadia Beneditina Mater Ecclesiae.

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